O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (4), o registro oficial do Partido Missão, a 30ª legenda política do Brasil. O novo partido está diretamente ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que ganhou notoriedade nacional durante as manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A criação do Partido Missão marca um momento significativo no cenário político, sendo a primeira nova sigla a obter registro oficial no país desde 2019, quando foi criada a Unidade Popular (UP).
A decisão unânime do plenário do TSE valida o esforço do movimento, que iniciou o processo de formalização em 2023, e abre caminho para que o grupo participe das eleições de 2026 com estrutura partidária própria, incluindo acesso a recursos do Fundo Eleitoral.
A decisão do TSE e as condições impostas
O processo de registro do Partido Missão teve como relator o ministro André Mendonça. Em seu voto, Mendonça foi favorável à criação da legenda, confirmando que o grupo cumpriu os requisitos legais exigidos.
No entanto, o ministro estabeleceu uma condição, determinando que dois artigos do estatuto do partido sejam ajustados. Essa alteração deve seguir recomendações feitas anteriormente pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). O partido terá um prazo de 90 dias para realizar as modificações estatutárias solicitadas e apresentá-las novamente à Justiça Eleitoral.
Apesar da ressalva, o voto do relator pela aprovação foi acompanhado integralmente por todos os demais ministros da Corte, incluindo a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.
Para obter o registro, o grupo precisou validar um número mínimo de assinaturas de apoio popular, conforme exige a legislação eleitoral. O TSE confirmou a validação de aproximadamente 590 mil assinaturas, um número que supera em quase 43 mil o mínimo exigido. Além do aval do TSE, o processo já contava com um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A trajetória do MBL até o Partido Missão
O Partido Missão é a evolução política do Movimento Brasil Livre (MBL), um grupo fundado em 2014. O MBL se consolidou no cenário nacional ao ser um dos principais organizadores das manifestações massivas que pediam o impeachment de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016.
Com uma base formada majoritariamente por jovens ativistas e forte presença nas redes sociais, o movimento se define com uma orientação liberal na economia e conservadora nos costumes. Suas principais bandeiras incluem a defesa da redução do tamanho do Estado, a promoção da liberdade econômica e o combate à corrupção.
Ao longo dos últimos anos, o MBL transitou de um movimento social para uma força política com representação institucional, conseguindo eleger diversos de seus integrantes para cargos legislativos em níveis municipal, estadual e federal, geralmente filiados a outras legendas.
Agora, com o Partido Missão, o MBL busca consolidar sua atuação política de forma independente. Nos documentos apresentados ao TSE, a nova legenda se define como um partido de “caráter liberal, defensor de um Estado enxuto e funcional”.
Planos para 2026 e reações
Com o registro aprovado, o Partido Missão já definiu que utilizará o número 14 nas urnas eletrônicas. A legenda se prepara para disputar as eleições gerais de 2026, com planos de lançar candidaturas tanto para o Legislativo (deputados e senadores) quanto para o Executivo (governos estaduais e Presidência da República).
Caso confirme sua participação no pleito, o partido terá direito a recursos do Fundo Eleitoral para financiar suas campanhas, um passo crucial para a estruturação de qualquer nova sigla no Brasil.
Um dos principais nomes do MBL e atual deputado federal, Kim Kataguiri (SP), comemorou a decisão do TSE. Atualmente filiado ao União Brasil, Kataguiri anunciou sua migração para a nova sigla.
“Está oficializado o nosso partido. Com muito orgulho serei o primeiro deputado federal do Partido Missão”, declarou o parlamentar, indicando que a legenda já nascerá com representação no Congresso Nacional.
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