No período entre 4 de dezembro de 2023 e 4 de janeiro de 2024, o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), que é parte da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), registrou 199 casos da febre Oropouche no estado do Amazonas, sendo 189 casos em Manaus, 5 em Presidente Figueiredo, e 1 caso em Tefé, Maués e Manacapuru.
Com o crescimento da incidência da doença no estado, a FVS-RCP emitiu um alerta para que os cuidados com as arboviroses seja redobrado durante o período das chuvas, que se estende até meados de junho. Infecções como dengue, zika e chikungunya já são conhecidas pelos amazonenses, mas as informações sobre a febre Oropouche ainda são pouco difundidas. Você já ouviu falar na doença?
O que é a febre Oropouche?
A febre Oropouche é uma doença viral causada pelo vírus de mesmo nome, que pertence à família Bunyaviridae. Ela é transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, também conhecidos como maruins ou borrachudos. Esses mosquitos se alimentam do sangue de macacos ou bichos-preguiça infectados, e acabam transmitindo o vírus para os humanos por conta do processo de urbanização.
A doença recebeu esse nome devido à sua primeira identificação na região de Oropouche, no estado do Pará, em 1961. Na ocasião, um surto febril que afetou várias pessoas naquela região chamou a atenção das autoridades de saúde, e o caso chegou a ser investigado pelos médicos Dr. Karl Herbert Andrew Travassos da Rosa e Dr. Américo D’Andrea, que conseguiram isolar e identificar o vírus presente no sangue de pessoas infectadas.
A Febre Oropouche é endêmica em várias regiões da América do Sul, com foco principal na bacia amazônica. Os surtos ocorrem periodicamente, muitas vezes associados a condições ao período de aumento das chuvas amazônicas. O Brasil tem sido o epicentro da doença, mas casos também foram relatados em outros países sul-americanos, como Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
Sintomas
Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos da dengue, e incluem:
- febre;
- dor de cabeça;
- dor no corpo e nas articulações;
- náuseas;
- vertigem;
- vômitos.
Geralmente, a infecção é autolimitada, o que significa que a maioria das pessoas se recupera completamente. No entanto, sem o acompanhamento médico necessário ou com automedicação não adequada, a doença pode se tornar mais grave, levando a complicações neurológicas.
Prevenção

Assim como a maioria das arboviroses, a febre Oropouche é transmitida por mosquitos infectados com o vírus. Por isso, a prevenção da doença consiste também na prevenção desses animais no ambiente doméstico. Os mosquitos do gênero Culicoides colocam seus ovos em regiões com água parada, principalmente próximo a florestas, parques e outras áreas de mata. Confira algumas das dicas de prevenção da FVS-RCP:
- Jogue o lixo fora com frequência, principalmente se estiver exposto às chuvas;
- Esvazie periodicamente a água parada em garrafas de vidro, pneus, vasos de plantas.
- Cubra piscinas, caixas d’água, baldes e bacias.
- Use repelente nos horários de maior incidência de mosquitos;
- Se possível, busque telar as janelas e portas de sua casa;
- Utilize mosquiteiros e feche as janelas de acesso à rua durante a noite para evitar a entrada de mosquitos.
O que fazer em caso de suspeita de Oropouche?
Em caso de suspeita de infecção e/ou apresentação dos sintomas citados, o recomendado pela FVS é que a pessoa sintomática busque atendimento médico imediatamente para confirmação do diagnóstico e orientação quanto ao tratamento da doença.
Em hipótese alguma é recomendada a automedicação; a febre Oropouche é uma doença viral, então antibióticos não terão o efeito desejado. A única medicação recomendada são os remédios para alívio dos sintomas, como remédios para dor e antifebris.
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