Iniciativa SB COP, apresentada na COP30 em Belém, posiciona a Amazônia como motor do desenvolvimento sustentável, baseando-se em 600 casos de sucesso globais.
O Plano CNI Amazônia para o desenvolvimento sustentável da região, detalhado em um novo relatório, projeta um impacto transformador: a geração de 312 mil novos empregos e um acréscimo de R$ 40 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Estes números ambiciosos são o destaque do “SB COP Legacy Report”, um documento que sintetiza o trabalho da iniciativa Sustainable Business COP (SB COP), lançada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) este ano. O relatório completo será apresentado oficialmente nesta segunda-feira (10), no estande da CNI durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA).
O documento surge em um momento crítico para a agenda climática global, posicionando o setor privado como um agente central na busca por soluções econômicas e ambientais para a maior floresta tropical do mundo.
A COP30 como ponto de virada para o clima
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, sediada em Belém, carrega um peso simbólico e prático. Ocorre em um momento em que o mundo lida com os ecos de “metas frustradas” de conferências anteriores e uma evidente “crise no multilateralismo global”. Analistas apontam que a COP30 almeja ser um marco para a implementação de medidas e, crucialmente, para a definição de respostas claras sobre fontes de financiamento para a ação climática.
Isto significa mover o debate de “o que fazer” para “como fazer” e, talvez o mais complexo, “quem paga”. É neste cenário complexo que o setor privado, por meio de entidades como a CNI, se mobiliza. A intenção é clara: buscar protagonismo, demonstrando que o capital privado está pronto para liderar a implementação das metas globais sobre o clima, apresentando soluções que alinhem lucratividade e sustentabilidade.
SB COP: a articulação do setor privado para o Plano CNI Amazônia
O “SB COP Legacy Report” é o produto final de meses de articulação. A iniciativa SB COP, liderada pela CNI, estruturou seu trabalho de forma abrangente para diagnosticar desafios e propor caminhos viáveis.
A profundidade do estudo é refletida na sua estrutura: oito grupos de trabalho focados em pilares do desenvolvimento sustentável. Estes grupos cobriram desde a bioeconomia (exploração sustentável da biodiversidade) e a transição energética (foco em fontes limpas) até finanças verdes (mecanismos para financiar projetos sustentáveis) e a qualificação para empregos verdes.
Além desses pilares centrais, o documento final também incorpora considerações aprofundadas sobre dois temas transversais que influenciaram todos os debates: saúde e contabilidade de carbono (carbon accounting). A inclusão de saúde reconhece os impactos diretos das mudanças climáticas no bem-estar humano, enquanto a contabilidade de carbono é vista como a ferramenta indispensável para garantir transparência, mensurar e validar a redução de emissões das atividades propostas.
Um mosaico global de soluções sustentáveis
A força da proposta da CNI reside na sua base de evidências. O SB COP não se limitou às fronteiras nacionais para formular suas recomendações. A iniciativa mobilizou uma rede impressionante de mais de 40 milhões de empresas distribuídas por 60 países.
Este esforço global serviu para um propósito específico: coletar, analisar e catalogar casos de sucesso que comprovam a viabilidade de soluções sustentáveis já desenvolvidas e implementadas pelo setor privado. O relatório compila mais de 600 desses casos, usando-os como prova concreta de que a transição para uma economia verde não é apenas uma teoria, mas uma prática empresarial funcional. O objetivo é mostrar que o desenvolvimento sustentável na Amazônia pode se beneficiar de lições aprendidas e modelos de negócios já validados em outras partes do mundo.
O impacto econômico: R$ 40 bilhões e 312 mil empregos
A projeção de R$ 40 bilhões adicionais ao PIB e a criação de 312 mil empregos são os números que capturam a atenção. Segundo a CNI, esses valores seriam alcançados ao se priorizar a Amazônia como um polo de inovação e negócios sustentáveis.
O Plano CNI Amazônia não se trata de exploração tradicional, mas de fomentar a bioeconomia (uso de recursos da biodiversidade de forma tecnológica), acelerar a transição energética (aproveitando o potencial solar e de biomassa da região) e investir em infraestrutura verde. Os 312 mil empregos verdes mencionados seriam criados em toda essa nova cadeia, desde pesquisadores em biotecnologia e engenheiros florestais até técnicos em energias renováveis e especialistas em manejo florestal sustentável.
A divulgação do SB COP Legacy Report nesta segunda-feira, em plena COP30, é um movimento estratégico. A CNI posiciona o setor industrial não como parte do problema climático, mas como um ator central da solução, apresentando um plano estruturado e dados que visam influenciar as negociações e atrair o financiamento necessário para transformar o potencial da Amazônia em realidade econômica e sustentável.
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