Na última quarta-feira (10), o Papa Francisco recebeu em audiência o líder yanomami, Davi Kopenawa, em um encontro marcado pela discussão sobre as preocupações relacionadas aos direitos indígenas e à preservação ambiental. Durante a reunião, realizada no Vaticano, Davi Kopenawa expressou ao pontífice a urgência de apoio contínuo à causa indígena, especialmente no que diz respeito à remoção dos garimpeiros ilegais que afetam negativamente a comunidade yanomami.
Conversa com o Papa
O líder indígena destacou os graves problemas enfrentados pela sua comunidade devido à presença desses garimpeiros, incluindo a exploração ilegal, a poluição dos rios, a invasão de terras e o desmatamento. Em declarações à Rádio Vaticano após o encontro, Davi Kopenawa enfatizou ainda a preocupação com a saúde das crianças yanomamis, afirmando que a desnutrição é uma consequência direta das atividades garimpeiras.
“Eu venho a Roma para falar com Papa Francisco sobre a situação do meu povo yanomami. Eu pedi para ele retirar do garimpeiro ilegal na terra yanomami este ano. A criança yanomami está desnutrida por causa do garimpo, por causa da autoridade que deixou entrar, invadir a nossa terra yanomami”, disse Davi Kopenawa.
Davi Kopenawa e a questão Yanomami
Davi Kopenawa é reconhecido internacionalmente por seu engajamento na defesa dos direitos dos povos indígenas, sendo uma figura proeminente entre os yanomamis. Além de líder, ele também é xamã e presidente da Hutukara Associação Yanomami.
Nos últimos dias, Davi Kopenawa realizou uma série de visitas a cidades italianas em busca de apoio para as questões enfrentadas pelos povos indígenas e para a necessidade premente de preservação do meio ambiente. Entre os principais desafios enfrentados está a contaminação por mercúrio, conforme revelado por uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada recentemente.
Segundo o estudo, a contaminação por mercúrio afeta quase toda a população de nove aldeias yanomamis localizadas em Roraima. A análise, realizada por meio de amostras de cabelo coletadas em outubro de 2022, evidencia a gravidade da situação e contribui para um maior entendimento dos impactos do garimpo ilegal de ouro na região.
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