Em entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que planeja retornar ao Brasil em março para liderar oposição a Lula e se defender das acusações de ter incitado os ataques golpistas de 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Porém, o ex-presidente teme ser preso quando voltar ao país. “Uma ordem de prisão pode surgir do nada”, disse Bolsonaro.
Ao The Wall Street Journal, Bolsonaro citou o caso do presidente Michel Temer, que foi preso preventivamente por vários dias por conta das denúncias de corrupção nas obras de Angra 3, após deixar o cargo no final de 2018. Temer negou as acusações.
Durante a conversa, Bolsonaro disse ao jornal que “o movimento de direita não está morto e continuará vivo”. Ele disse que trabalharia com apoiadores no Congresso e nos governos estaduais para promover o que chamou de políticas pró negócios e combater o aborto, o controle de armas e outras políticas que ele diz serem contrárias aos valores da família.
O ex-presidente disse ainda que “perder faz parte do processo eleitoral. Não estou dizendo que houve fraude, mas o processo foi tendencioso.”
Essa foi a primeira entrevista de Bolsonaro desde que viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, dois dias antes do fim do seu mandato, no ano passado. Há mais de um mês, o ex-presidente está hospedado na casa de José Aldo, manauara ex-lutador de MMA.
Covid-19
Ao ser questionado pelo jornal se teria feito algo diferente durantes seus anos como presidente, Bolsonaro afirmou que não teria feito os comentários sobre o Covid-19.
Muitas vezes chamando a Covid de “gripezinha” e minimizando os perigos, Bolsonaro foi muito criticado sobre a forma que lidou com a pandemia. “Eu não diria nada, deixaria a questão para o Ministério da Saúde”, disse.
“Foi apenas uma figura de linguagem… e eu fui martelado por isso”, disse ele sobre a “piada” que fez sobre as vacinas transformarem as pessoas em crocodilos.
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