Visitar o Amazonas é, além da beleza natural e da rica gastronomia amazônica, conhecer uma vasta gama de gírias e jargões locais. Fixe? Maceta? Carapanã? Curumim? É fácil se perder na enorme lista de regionalismos do Amazonas, o conhecido “Amazonês”.
Mas não esquente não, maninho, que a Gazeta da Amazônia preparou um guia especial que vai te ajudar a navegar por esse oceano de palavras e expressões. Aqui estão 20 das expressões mais utilizadas no estado e como incorporá-las ao seu vocabulário:
20 expressões do Amazonês
1. Kikão:
Um clássico da gastronomia amazonense, o kikão nada mais é do que o cachorro-quente amazônico. Você pode encontrá-lo no seu formato padrão, com salsicha, molho, vegetais e batata palha, ou com sabores mais regionais.
2. Até o tucupi:
Quando alguma coisa está cheia até o topo, dizemos que está até o tucupi. Quando experimentar o kikão amazônico, é fácil comer tanto que fica até o tucupi!
3. Maceta:
Grande, enorme.
Ex: “Que árvore maceta!”
4. Chibata:
Expressão muito comum, é uma das maneiras de dizer que alguma coisa é boa, legal, interessante.
5. Fixe:
Originária dos regionalismos portugueses, o “fixe” também é usado no Amazonas como outra forma de elogiar uma coisa legal.
Ex: “Tá fixe essa blusa!”
6. De bubuia:
Assim como um jacaré boiando na lagoa, estar de bubuia é estar relaxado, descansando. Muito usado pra um momento de relaxamento na água, mas você pode estar de bubuia em qualquer lugar.
Ex: “Olha ele ali, de bubuia na piscina.”
7. Carapanã:
É só andar em qualquer local do Amazonas durante o fim da tarde pra ouvir alguém reclamando de carapanã. Originado da palavra tupi karapa’nã, essa é a forma amazonense de falar mosquito ou pernilongo.
8. Caixa-prego:
Local muito distante, lá onde Judas perdeu as botas.
Ex: “Eita, se eu soubesse que era lá na caixa-prego, não tinha vindo”
9. Pitiú:
Usado também em outros estados da região norte, o pitiú é o mau cheiro associado a peixes e carnes. No amazonas, é usado também pra qualquer tipo de mau cheiro.
Ex: “Credo, essa cozinha tá só o pitiú!”
10. Brocado/Na broca:
Com uma fome daquelas.
Ex: “Nem almocei hoje, tô brocado.”
11. Pegar o beco:
Equivalente ao “meter o pé” carioca, pegar o beco é ir embora.
Ex: “Ih, tá ficando tarde. Vou é pegar o beco!”
12. Curumim/Cunhantã:
Mais uma das diversas influências do tupi no vocabulário amazonense, curumim é sinônimo de menino, e cunhantã é sinônimo de menina. Qualquer conversa com uma avó amazonense vai resultar em pelo menos um “Te aquieta, curumim!”
13. Esculhambar:
Usado também em outras regiões como sinônimo de “repreender”, no Amazonas a palavra esculhambar é mais usada no lugar de “quebrar”.
Ex: “A cunhantã ficou pulando no sofá, esculhambou as molas.”
14. Disk:
Outra expressão muito comum, é uma forma comprimida de “diz que”, ou “ele/ela disse”. Usada como forma de citar algo que alguém falou, geralmente com tom de dúvida ou desconfiança.
Ex: “Cadê fulano, não vem pra aula hoje?”
“Vem não. Disk acordou tossindo e com febre, bem no dia do jogo do Flamengo.”
15. Caboco:
Formato informal da palavra “caboclo”, é como um amazonense chama uma pessoa qualquer, semelhante ao uso de “cara” em outras regiões.
16. Leso/leseira:
De longe o insulto mais comum entre amazonenses. Leso é uma pessoa mais lenta, que tem dificuldade de entender coisas simples. Leseira é um erro bobo, que seria fácil de evitar.
Ex: “Ô caboco leso, foi fazer almoço e bagunçou toda a cozinha!”
17. Fuleiro:
Outro insulto muito comum no Amazonas, fuleiro é algo sem valor, de qualidade baixa. Quando usado em pessoas, caracteriza alguém que não é de confiança ou não sabe fazer alguma coisa.
Ex: “Fui tentar economizar, acabei comprando um negócio fuleiro que quebrou logo.”
18. Taberna:
Usado em alguns outros estados do norte e nordeste, taberna é um mercadinho ou mercearia, geralmente na esquina de uma rua de bairro.
Ex: “Calça tua sandália, bora ali na taberna comprar um refri.”
19. Que só:
Usado pra dar ênfase numa frase.
Ex: “Ih, tá todo vermelho. Tu tá bem?”
“Tô nada. Tá quente que só, quase passei mal!”
20. Vou mermo:
Resposta positiva enfática a uma pergunta.
Ex: “Tu vai ver o David Guetta no Paço?”
”Vou mermo!”
BÔNUS: Vou nada:
Inverso de “vou mermo”, é uma resposta negativa enfática a uma pergunta.
Ex: “Bora ali na taberna rapidinho?”
”Nesse sol? Vou nada!”
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