sexta-feira, dezembro 5, 2025
30.3 C
Manaus
InícioGeralSaúdeMinistério da Saúde aciona Justiça contra médicos antivacina que lucram com desinformação

Ministério da Saúde aciona Justiça contra médicos antivacina que lucram com desinformação

Publicado em

Publicidade

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira, uma série de medidas judiciais e administrativas contra médicos antivacina que utilizam as redes sociais para propagar desinformação e obter lucro financeiro. A ação, coordenada em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), visa combater a venda de cursos, consultas e tratamentos sem qualquer comprovação científica, baseados em teorias refutadas sobre a vacinação contra a Covid-19.

A decisão ocorre após reportagem do jornal Estadão revelar que um grupo de profissionais de saúde tem faturado alto ao promover o medo em relação às vacinas de RNA mensageiro (mRNA). O ministro Alexandre Padilha classificou a conduta desses médicos antivacina como uma “mistura de negacionismo com ganância”. Segundo o ministro, a pasta atuará em quatro frentes principais para responsabilizar os envolvidos e proteger a saúde pública.

As quatro frentes de combate à desinformação

A estratégia do governo para frear a atuação destes profissionais é abrangente. A primeira medida será entrar com representações junto aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM), buscando a fiscalização ética da conduta profissional. Em segundo lugar, será movida uma Ação Civil Pública, visto que a propagação de mentiras sobre saúde afronta direitos coletivos e pode gerar indenizações.

A terceira frente ataca diretamente a esfera penal: o governo entrará com ação criminal contra a venda de tratamentos falsos, enquadrando a prática em crimes contra a saúde pública. Por fim, a AGU notificará extrajudicialmente as plataformas digitais para que removam imediatamente conteúdos publicados por esses médicos antivacina, interrompendo a venda de materiais e a circulação de teorias infundadas.

A falácia da “Spikeopatia” e o lucro sobre o medo

O cerne da desinformação propagada refere-se a uma suposta condição chamada “síndrome pós-spike” ou “spikeopatia”. Médicos influentes, que somam mais de 1,6 milhão de seguidores, alegam que as vacinas de mRNA causariam uma intoxicação crônica. Com base nessa premissa falsa, eles vendem cursos que custam até R$ 685 e consultas particulares que chegam a R$ 3,2 mil.

No entanto, a comunidade científica internacional não reconhece a existência dessa doença. A proteína spike é utilizada pelas vacinas apenas para ensinar o sistema imunológico a combater o vírus SARS-CoV-2, sendo uma tecnologia segura e validada. A teoria defendida por estes médicos antivacina, como o imunologista Roberto Zeballos, o infectologista Francisco Cardoso e o neurologista Paulo Porto de Melo, baseia-se em um estudo publicado na revista IDCases que já foi contestado e retirado do ar devido a falhas metodológicas graves.

Embora Cardoso tenha alegado que o estudo não propunha protocolos clínicos, e Zeballos tenha dito que o objetivo era apenas inspirar pesquisas, a reportagem original encontrou recomendações explícitas de uso dos tratamentos nas redes sociais destes profissionais.

Investimentos em ciência e tecnologia

Enquanto combate a desinformação, o governo reforça o compromisso com a ciência. Padilha destacou um investimento de R$ 150 milhões para a construção de duas novas plataformas de pesquisa e produção de vacinas de mRNA, localizadas na Fiocruz (RJ) e no Instituto Butantan (SP).

O objetivo é garantir soberania nacional e agilidade na resposta a futuras emergências sanitárias. “Deter essa tecnologia é importante para se preparar para futuras pandemias. A vacina de RNA mensageiro permite adaptar rapidamente a resposta imunológica contra novas mutações de vírus respiratórios”, explicou o ministro. Além disso, outros R$ 60 milhões serão destinados à atração de pesquisadores internacionais para o Brasil.

A ação contra os médicos antivacina e o fortalecimento da pesquisa nacional foram temas discutidos durante a COP-30, em Belém, reforçando que o combate ao negacionismo científico e climático é essencial para a proteção das populações vulneráveis.

*Com informações do Estadão

Leia mais:
Prefeitura de Manaus convoca 105 vacinadores para campanha antirrábica
Multivacinação: Manaus tem oferta de 19 vacinas
Prefeitura orienta vacinas para quem vai à COP 30

Siga nosso perfil no InstagramTiktok e curta nossa página no Facebook

📲Quer receber notícias direto no celular? Entre no nosso grupo oficial no WhatsApp e receba as principais notícias em tempo real. Clique aqui.

Últimas Notícias

3,1 milhões vivem em favelas sem acesso a ambulância ou caminhão

Quase um quinto dos moradores de favelas do país vive em áreas onde ambulâncias,...

Entenda o que configura abandono de idosos e as novas punições na lei

Delito abrange desamparo material, físico e afetivo. Com o envelhecimento acelerado da população, casos...

Putin afirma que Rússia está “pronta” para guerra

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em Moscou, que a Europa estaria sabotando...

Brasil registra menor pobreza desde 2012, aponta IBGE

O Brasil alcançou em 2024 os índices mais baixos de pobreza e extrema pobreza...

Mais como este

3,1 milhões vivem em favelas sem acesso a ambulância ou caminhão

Quase um quinto dos moradores de favelas do país vive em áreas onde ambulâncias,...

Entenda o que configura abandono de idosos e as novas punições na lei

Delito abrange desamparo material, físico e afetivo. Com o envelhecimento acelerado da população, casos...

Putin afirma que Rússia está “pronta” para guerra

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em Moscou, que a Europa estaria sabotando...