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Saneamento em Manaus: tratar o efeito mitiga a consequência, mas não ataca a causa

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No último relatório do Instituto Trata Brasil, divulgado este ano, Manaus se destacou negativamente, ocupando a preocupante 86ª posição entre 100 municípios brasileiros no quesito saneamento básico. A pesquisa considerou indicadores como atendimento total de distribuição de água, atendimento total de coleta de esgoto, investimentos entre 2017 e 2021, investimento médio por habitante, percentual de perdas na distribuição e indicador de perdas volumétricas.

Embora 99,49% das residências na capital amazonense tenham acesso à água tratada, os índices de coleta e tratamento de esgoto, assim como as perdas na distribuição, foram alarmantes. Apenas cerca de 25% dos lares possuem coleta e tratamento de esgoto, e mais de 55% da água distribuída pela concessionária local é perdida. Esses números evidenciam o desafio de fornecer saneamento adequado para mais de dois milhões de habitantes.

A posição de Manaus no ranking é elucidativa, mas focar apenas nos números não revela a raiz do problema. As dificuldades de saneamento de uma cidade extensa e com baixa densidade populacional, como Manaus, refletem desafios enfrentados por outras capitais brasileiras em crescimento desordenado. De acordo com o IBGE, no censo de 2022, Manaus teve o maior crescimento populacional entre as capitais, enquanto o MapBiomas destacou o aumento de ocupações informais na cidade.

A expansão populacional em áreas periféricas, longe da infraestrutura básica, revela que observar apenas os indicadores não identifica a causa raiz dos problemas. A ocupação em locais suscetíveis a erosões, com acesso limitado a transporte coletivo e outros serviços, aponta para a necessidade de um programa habitacional abrangente. Este programa deve incluir soluções diversificadas de moradia, corrigir o déficit de saneamento, garantir redes viárias de qualidade e facilitar o acesso ao transporte coletivo, aproximando polos geradores de viagens e tornando a habitação em áreas seguras uma opção viável.

A baixa cobertura de saneamento é apenas um dos muitos problemas que evidenciam a urgência de adaptar as metrópoles brasileiras para atender melhor às necessidades de seus moradores, especialmente diante do crescimento desordenado.

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