A Justiça Federal emitiu, nesta segunda-feira (21/08), uma condenação de 20 anos de prisão para o hacker Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Vaza Jato. Além da prisão, o hacker foi condenado a pagar multa pelo caso da invasão do Telegram de autoridades, em 2019.
O juiz responsável pelo caso, Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, proferiu a sentença. A decisão, entretanto, é passível de recurso.
Delgatti foi detido em 2019 sob suspeita de invadir contas de diversas autoridades por meio do aplicativo Telegram. Entre as vítimas, encontravam-se integrantes da força-tarefa da Lava Jato, incluindo o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Sentença de Delgatti
Na sentença, além de Walter Delgatti, outras seis pessoas também foram condenadas por sua participação nas invasões de celulares. Além dos ex-procuradores da Lava Jato, nomes notáveis como o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tiveram suas mensagens ilegalmente acessadas.
O juiz afirmou na decisão que Delgatti tinha a intenção de comercializar as conversas hackeadas da Lava Jato por R$ 200 mil junto à imprensa. O magistrado refutou as declarações do hacker, que durante as investigações alegou que suas ações visavam “combater injustiças” ocorridas durante a operação.
O juiz destacou: “Somente após notar a relutância dos jornalistas em pagar pelo acesso ao material é que houve um declínio inicial no interesse de Walter em obter lucro por meio do compartilhamento das informações.”
Além de sua participação nos ataques cibernéticos contra autoridades, a sentença ressalta que Walter Delgatti também adquiria dados bancários de várias vítimas e os vendia em fóruns especializados em crimes virtuais.
O juiz detalhou ainda: “Para um melhor entendimento das técnicas fraudulentas empregadas por Walter, houve a transcrição de um diálogo no qual Walter se apresenta como responsável pela área de segurança técnica de uma instituição financeira e instrui um cliente do banco a realizar uma atualização em seu computador para introduzir um programa malicioso.”
No início deste mês, Delgatti foi detido pela Polícia Federal devido a outra investigação, relacionada à invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As autoridades estão examinando se esse ato foi orquestrado por Delgatti sob as ordens da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Segundo as investigações, o hacker teria emitido um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
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Com informações da Agência Brasil*
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