Em sua primeira mensagem natalina, o pontífice norte-americano lamentou o sofrimento na Faixa de Gaza e pediu o fim de conflitos na Ucrânia e Ásia.
O Papa Leão XIII, em seu primeiro sermão de Natal realizado nesta quinta-feira (25), fez um apelo direto e emocionado pelas condições humanitárias na Faixa de Gaza. A mensagem marcou um tom incomumente incisivo para o pontífice, que até então mantinha um perfil diplomático e reservado desde que sucedeu o Papa Francisco em maio deste ano.
Durante a celebração na Basílica de São Pedro, que reuniu milhares de fiéis, o primeiro papa norte-americano da história traçou um paralelo entre o nascimento de Jesus e a atual crise no Oriente Médio. “A história do nascimento em um estábulo mostra que Deus armou sua frágil tenda entre os povos”, iniciou. E questionou na sequência: “Como, então, não pensar nas tendas em Gaza, expostas durante semanas à chuva, ao vento e ao frio?”.
O sermão ocorre meses após o cessar-fogo acordado em outubro entre Israel e o Hamas, sucedendo dois anos de intensos conflitos. Apesar da trégua, agências humanitárias alertam que a ajuda ainda é escassa para a população local, que permanece majoritariamente desabrigada. Leão XIII reforçou sua posição de que a única solução para a região deve incluir necessariamente um Estado palestino.
A visão humanitária do Papa Leão XIII sobre a imigração
Além do foco no Oriente Médio, o pontífice dedicou parte de sua bênção para lamentar a situação dos migrantes e refugiados que “atravessam o continente americano”. Embora tenha evitado citar nomes políticos diretamente, a fala ecoa críticas anteriores feitas por ele às políticas de imigração restritivas nos Estados Unidos.
Na véspera de Natal, o papa já havia declarado que negar ajuda a estrangeiros e pobres equivaleria a “rejeitar o próprio Deus”, consolidando o cuidado com os imigrantes como um pilar central do início de seu papado.
Apelo global pelo fim das guerras
Na tradicional mensagem e bênção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), o Papa Leão XIII ampliou seu clamor pela paz global. Da varanda central da Basílica, ele citou especificamente a violência que atormenta a Ucrânia, onde tropas russas ainda ameaçam cidades estratégicas no leste, pedindo que o “clamor das armas cesse” em favor de um diálogo sincero.
O pontífice também expressou preocupação com outros focos de tensão ao redor do globo:
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Ásia: Pediu a restauração da amizade entre Tailândia e Camboja, cujos confrontos recentes na fronteira deixaram dezenas de mortos.
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África e Mianmar: Lamentou os conflitos políticos e militares no Sudão, Mali e Mianmar.
“Frágil é a carne das populações indefesas, provadas por tantas guerras”, concluiu o papa, condenando também a retórica dos líderes que enviam jovens para a morte nos campos de batalha.
*Com informações da Reuters
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