Arqueólogos franceses e equatorianos descobriram um conjunto de cidades antigas no Vale do Upano, no Equador. Os assentamentos, que datam de cerca de 2.500 anos, abrigavam milhares de pessoas e eram conectados por estradas e canais. A descoberta, publicada na revista científica “Nature”, desafia a ideia de que a Amazônia sempre foi pouco habitada e era desde sempre uma grande floresta.
A descoberta foi possível graças à tecnologia de mapeamento Lidar, que permite que os pesquisadores vejam através da cobertura florestal e reconstruam os antigos locais abaixo dela.
As cidades do Vale do Upano foram construídas entre cerca de 500 a.C. e 300 d.C., um período mais ou menos contemporâneo ao Império Romano na Europa.
“Era um vale perdido de cidades”, disse o arqueólogo Stéphen Rostain, da Universidade de Bordeaux, na França.
O que os pesquisadores descobriram
O mapeamento mostrou que esses locais faziam parte de uma densa rede de cidades ligadas por estradas e canais, escondida nas encostas arborizadas dos Andes e que durou cerca de mil anos.
Os assentamentos no Vale do Upano, no leste do Equador, foram ocupados entre cerca de 500 a.C. e 300 a 600 d.C. – um período mais ou menos contemporâneo ao Império Romano na Europa.
É mais de mil anos antes do que qualquer outra sociedade complexa da Amazônia que se tinha conhecimento. Machu Picchu, no Peru, por exemplo, foi construída no século 15.
Descoberta histórica das cidades
A descoberta, portanto, muda o que se sabia sobre a história das civilizações antigas amazônicas, que, segundo as evidências até então, teriam vivido como nômades ou em pequenos assentamentos.
Os pesquisadores identificaram cinco grandes assentamentos e dez menores em 300 quilômetros quadrados, cada um densamente preenchido por estruturas residenciais e cerimoniais.
Eles encontraram evidências de 6 mil montes de terra que teriam sido a base dessas construções.
Estradas largas e retas ligavam as cidades umas às outras, e as ruas corriam entre as casas e os bairros de cada assentamento. As maiores estradas tinham 10 metros de largura e se estendiam por 10 a 20 quilômetros.
“Estamos falando de urbanismo”, disse o coautor do estudo Fernando Mejía, da Pontifícia Universidade Católica do Equador.
(Com informações da AFP)
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