O estado do Amazonas realizou, no último sábado (11), a primeira transfusão intrauterina na rede pública de saúde. O procedimento de alta complexidade ocorreu na maternidade Ana Braga, em Manaus, e envolveu uma paciente indígena da etnia baré, proveniente de São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros da capital.
Tecnologia e atendimento remoto identificaram o caso
A paciente foi identificada por meio do Telemonitoramento de Pré-Natal de Alto Risco (TelePNAR), programa que utiliza telemedicina para acompanhar gestantes em áreas remotas. Desenvolvido em parceria com a Universidade do Amazonas (Ufam) e o Ministério da Saúde, o TelePNAR foi crucial para o diagnóstico precoce e encaminhamento da paciente a Manaus.
“A tecnologia permitiu a identificação da incompatibilidade sanguínea e uma intervenção eficiente para salvar a vida do bebê e garantir o bem-estar da mãe”, explicou Nayara Maksoud, secretária de Saúde do Amazonas.
Anemia severa no feto exigiu intervenção imediata
A gestante, com 29 semanas, foi transferida para Manaus após a equipe médica identificar anemia severa no feto. Exames realizados no Ambulatório Araújo Lima confirmaram a gravidade do quadro, que colocava em risco a vida do bebê.
A transfusão foi realizada pela equipe da maternidade Ana Braga, referência em casos de alta complexidade. Segundo Carlos Henrique Freire, médico responsável pelo TelePNAR, “o suporte logístico e clínico garantiu a realização bem-sucedida do procedimento”.
Como funciona a transfusão intrauterina
O procedimento consiste na transfusão de sangue diretamente para o feto, ainda no útero. No caso da paciente, a incompatibilidade do fator Rh entre mãe (Rh negativo) e bebê (Rh positivo) foi o fator desencadeante da anemia.
Durante a transfusão, cerca de 70 ml de sangue tratado foram administrados em um procedimento que durou aproximadamente 40 minutos.
“A estrutura e preparo das nossas equipes permitiram que o procedimento fosse realizado com excelência. Estamos muito felizes com o resultado”, destacou Edilson Albuquerque, diretor da maternidade Ana Braga.
Mãe e bebê em recuperação
Após o sucesso da transfusão, mãe e bebê passam bem e deverão retornar à maternidade para acompanhamento e possíveis novas dosagens de sangue.
“Recebi todo o cuidado necessário e estou muito agradecida. Graças ao empenho da equipe médica, poderei seguir com minha gestação”, afirmou a paciente.
A transfusão intrauterina marca um avanço no atendimento a gestantes de alto risco no Amazonas, reforçando o compromisso do estado com a saúde materna e fetal, especialmente em comunidades indígenas e áreas de difícil acesso.
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