O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), divulgou nesta terça-feira (12/08) o Relatório Técnico nº 001/2025 – Bacia do Tarumã-Açu, que revela: as águas da bacia, localizada na zona oeste de Manaus, ainda estão dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), mas apresentam sinais de queda progressiva na capacidade natural de depuração.
O documento, elaborado pelo Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), avaliou nove parâmetros do Índice de Qualidade das Águas (IQA) – como coliformes, pH, oxigênio dissolvido, turbidez e fósforo – e está disponível para consulta pública no site do Ipaam, na seção “Relatório Técnico nº 001/2025 – Bacia do Tarumã-Açu” (www.ipaam.am.gov.br). O material também será encaminhado a órgãos de controle, prefeituras, Legislativo, Judiciário e instituições ligadas à gestão de recursos hídricos.
Ações de fiscalização e preservação
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, ressaltou que o resultado serve de alerta e que o Instituto intensificará ações na Área de Proteção Ambiental (APA) Tarumã. Entre as medidas previstas estão:
- Identificação de flutuantes e empreendimentos que lançam efluentes diretamente no rio;
- Combate ao desmatamento;
- Campanhas de educação ambiental voltadas às comunidades e empreendedores locais.
Picanço também destacou a importância da parceria com a UEA para fortalecer o monitoramento ambiental contínuo, garantindo que usuários da bacia assumam responsabilidades pela conservação, promovendo a “cidadania das águas”.
Importância do monitoramento preventivo
A reitora em exercício da UEA, Kátia Couceiro, afirmou que agir agora é mais eficiente e menos custoso do que esperar agravamento da poluição. “Apesar de o rio estar em qualidade aceitável, precisamos trabalhar juntos – população, autoridades e instituições – para evitar impactos irreversíveis”, disse.
O coordenador do ProQAS/AM, Sergio Duvoisin Junior, alertou que, embora uma análise pontual indique boa qualidade, o acompanhamento de mais de cinco anos mostra tendência de piora, especialmente no Baixo Tarumã-Açu. “É preciso agir imediatamente para evitar que a situação chegue ao nível crítico observado em outras bacias urbanas de Manaus, como as do São Raimundo e Educandos”, reforçou.
Colaboração interinstitucional
O evento de apresentação do relatório contou com representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM), Ministério Público de Contas (MPC-AM), Defensoria Pública (DPE-AM), Crea-AM, SemmasClima, Serviço Geológico do Brasil (SGB), Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu, além de instituições privadas como o Grupo Atem.
A Bacia do Tarumã-Açu, que nasce e deságua no território de Manaus, é um dos principais recursos naturais da capital. Sua preservação depende de fiscalização contínua, ações de recuperação e engajamento comunitário, para assegurar que continue fornecendo água de qualidade e sustentando o desenvolvimento econômico e social da região.
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