Medidas de apoio e defesa da soberania marcam 1 mês de tarifaço
O tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras completa um mês neste sábado (6). O período foi marcado por tentativas de negociação, defesa da soberania nacional e medidas de apoio às empresas brasileiras.
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil analisaram os efeitos econômicos e diplomáticos dessa barreira ao comércio exterior, além das estratégias adotadas pelo governo brasileiro.
Como começou
Em 9 de julho, Donald Trump anunciou em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aplicação de tarifas de 50% sobre todas as exportações brasileiras, alegando déficit comercial e perseguição a Jair Bolsonaro. No entanto, dados mostram que os EUA têm superávit na relação com o Brasil.
A medida entrou em vigor em 6 de agosto, após ordem executiva do governo americano. Cerca de 700 produtos foram excluídos da sobretaxa, incluindo suco e polpa de laranja, aeronaves, combustíveis e minérios.
Impacto nas exportações
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, 35,9% das exportações brasileiras foram afetadas pelo tarifaço, enquanto 44,6% seguem com tarifas de até 10%. Outros 19,5% já sofriam taxações específicas, como autopeças e aço.
No primeiro mês da medida, as exportações brasileiras para os EUA caíram 18,5%. Produtos como aviões e minério de ferro, mesmo fora do tarifaço, também registraram forte retração.
Reação brasileira
O governo brasileiro busca negociações diretas e acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando violação de compromissos multilaterais. Também iniciou a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, que permite contramedidas tarifárias.
Paralelamente, o Plano Brasil Soberano destinou R$ 30 bilhões em crédito para apoiar empresas exportadoras, além de incentivos tributários e facilitação na venda de alimentos para órgãos públicos.
Efeitos regionais
Estados mais dependentes do mercado americano, como Ceará e Pernambuco, sentiram os maiores impactos. No Ceará, mais de 90% das exportações para os EUA foram atingidas. Em Petrolina (PE), produtores de manga e uva temem perder prazos de exportação. Já em Franca (SP), a indústria calçadista vê risco para milhares de empregos.
Postura institucional
O governo Lula enfatiza a defesa da soberania nacional. O presidente classificou as acusações de Trump como “descabidas” e orientou ministros a manter a negociação em bases institucionais, evitando confronto direto.
Análises
Economistas apontam que o tarifaço já impacta setores exportadores, exigindo diversificação de mercados e novos acordos, como o da União Europeia. Apesar da queda nas exportações para os EUA, o efeito sobre a inflação interna foi limitado graças à lista de produtos isentos.
Com informações da Agência Brasil*
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