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Geração Z no trabalho redefine prioridades com foco em crescimento e IA

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Pesquisa Sesi/Senai revela que jovens brasileiros buscam mais que estabilidade; autonomia, plano de carreira e qualificação tecnológica ditam as novas regras do mercado.

A Geração Z no trabalho está redesenhando o cenário corporativo brasileiro com um conjunto claro e pragmático de prioridades. Se gerações anteriores buscavam, acima de tudo, a estabilidade de um emprego de longo prazo, hoje os jovens de 14 a 29 anos definem o sucesso de forma diferente. Para eles, um bom salário é a porta de entrada, mas são as oportunidades de crescimento, os benefícios alinhados ao bem-estar e o respeito no ambiente laboral que garantem sua permanência e engajamento.

Esta mudança de paradigma é o foco de um estudo inédito realizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com o apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). A pesquisa, conduzida pelo Instituto Nexus, ouviu quase dois mil jovens em todo o Brasil, traçando um perfil detalhado de suas expectativas e ambições profissionais. Os resultados mostram uma geração que, embora focada na remuneração, valoriza igualmente o desenvolvimento pessoal e a autonomia.

O que busca a geração Z no trabalho: salário e carreira

A pesquisa quantifica o que muitas empresas já sentem na prática: o salário continua sendo o fator mais importante na escolha de uma vaga para 41% dos entrevistados. Este dado derruba o mito de que a nova geração não se importa com a remuneração. Pelo contrário, ela é vista como a base para a independência e a realização de projetos pessoais.

Contudo, o dinheiro sozinho não basta. O estudo revela que 21% dos jovens consideram as possibilidades de evoluir dentro da empresa, por meio de um plano de carreira claro, como um fator determinante. A estabilidade passiva deu lugar à busca por um “crescimento estruturado”.

Luísa Helena, de 21 anos, prestes a se formar em Comunicação Organizacional, exemplifica essa visão. Para ela, o ingresso no mercado de trabalho é pautado pela busca por valorização desde o início. “Eu pretendo estar num trabalho onde valorizem a minha atuação. Por mais que eu ainda não esteja no auge da minha carreira, eu tenho um plano. Exatamente, um plano de carreira”, afirma a estudante.

A fala de Luísa destaca outro ponto crucial: a remuneração não é estática. “Eu acho muito interessante esse tipo de remuneração sendo valorizada e reconsiderada a cada momento”, complementa. Além disso, os benefícios se tornaram parte essencial da compensação. “Hoje em dia o bem-estar e a qualidade de vida são muito importantes. Então, um trabalho que tenha um vale-transporte, vale-alimentação, um plano de saúde, é o mínimo para a gente ser um profissional valorizado com os benefícios a mais.”

A era híbrida e a fuga do estresse

O tradicional modelo de trabalho presencial, das 9h às 18h, está com os dias contados para atrair esses talentos. A pesquisa aponta que 66% dos jovens são atraídos pelo modelo híbrido, que mescla dias no escritório com dias em casa. Essa preferência não é apenas por conforto, mas por autonomia e gestão do próprio tempo.

No entanto, essa geração demonstra grande pragmatismo: eles não estão dispostos a trocar salário por flexibilidade. O estudo nota que os jovens abrem mão de horários flexíveis se a medida vier acompanhada de uma remuneração mais baixa.

Esse pragmatismo também se aplica aos motivos para deixar um emprego. Os dois principais fatores de evasão de talentos são, sem surpresa, os baixos salários e o estresse no ambiente de trabalho. A Geração Z no trabalho demonstra uma tolerância muito menor a ambientes tóxicos ou que exijam sacrifícios da saúde mental em troca de estabilidade, algo que gerações anteriores podiam suportar por mais tempo.

O futuro da geração Z no trabalho: qualificação contínua e inteligência artificial

Um dos dados mais reveladores do estudo é o profundo reconhecimento do valor da qualificação profissional. Longe de se acomodar após a universidade, 79% dos jovens manifestam o desejo de continuar estudando. Além disso, 88% estão ativamente de olho em cursos e certificações para se manterem relevantes.

Essa busca por atualização está diretamente ligada à rápida evolução tecnológica, especialmente à ascensão da Inteligência Artificial (IA). Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do SENAI, destaca que essa é uma geração que não teme a IA, mas que a enxerga como uma aliada.

“Outro aspecto que nós identificamos durante a pesquisa é o interesse do jovem em continuar estudando. Ele sabe que as tecnologias estão impactando as profissões, principalmente a inteligência artificial”, analisa Morgado.

Segundo o estudo, 75% dos jovens acreditam que a inteligência artificial vai ajudar na sua produtividade e na sua permanência no emprego. “Isso mostra que o desejo de estudar e se atualizar é presente nos jovens”, conclui o superintendente. Para a Geração Z no trabalho, a IA não é uma ameaça ao seu emprego, mas uma ferramenta para otimizá-lo.

O estudo também aponta um interesse crescente no setor industrial. Dados mostram que 41% dos jovens na faixa dos 25 a 29 anos já procuraram ativamente por uma vaga na indústria, um setor que se moderniza rapidamente e que demandará exatamente esse perfil de profissional: qualificado, digitalmente fluente e focado em crescimento.

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