O Fundo Amazônia registrou em 2025 o maior volume de aprovações anuais desde a sua criação, totalizando cerca de R$ 2 bilhões em projetos voltados para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. O desempenho inédito consolida a retomada operacional do mecanismo, que ampliou sua escala de atuação para incluir o combate a incêndios no Cerrado e no Pantanal, além de fortalecer a restauração de áreas degradadas na Amazônia Legal.
Os dados foram apresentados durante a Reunião Anual de Doadores, realizada no dia 17 de dezembro, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. O encontro serviu para prestar contas aos representantes dos países apoiadores sobre a execução dos projetos geridos pelo BNDES e coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
O volume aprovado neste ano soma-se aos resultados obtidos entre 2023 e 2025. Neste triênio, o Fundo Amazônia aprovou e contratou um total de R$ 3,7 bilhões. Esse montante equivale a 56% de todo o volume apoiado pelo fundo em toda a sua história. Para fins de comparação, entre 2009 e 2018, o fundo havia aprovado R$ 2,9 bilhões ao longo de uma década inteira, em valores corrigidos.
Expansão internacional e novos doadores
A retomada da credibilidade da política ambiental brasileira refletiu diretamente no aumento do número de doadores internacionais. Desde 2023, a lista de financiadores saltou de dois para nove países, incluindo nações como Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão, Dinamarca, Irlanda, além da União Europeia.
Desde janeiro de 2023, foram assinados contratos de doação que somam US$ 309 milhões, dos quais US$ 212 milhões já foram internalizados. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esses recursos são fundamentais para levar investimentos a quem protege a floresta, como populações indígenas e comunidades tradicionais.
“Os excepcionais resultados atingidos nestes três anos refletem a retomada da política ambiental, que se traduz na redução de mais de 50% do desmatamento na Amazônia em 2025 na comparação a 2022”, destacou a ministra durante o evento.
Foco no combate a incêndios e restauração
Uma das principais novidades apresentadas foi a expansão geográfica e temática dos investimentos. Os projetos aprovados em 2025 financiam a estruturação de 30 bases operacionais e a capacitação de cerca de 5 mil profissionais. Além disso, haverá a distribuição de 500 veículos e 30 mil equipamentos para reforçar brigadas e Corpos de Bombeiros.
Essa estrutura não atenderá apenas a Amazônia Legal, mas também estados que abrigam os biomas Cerrado e Pantanal, como Minas Gerais, Goiás, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, fortalecendo a política de Manejo Integrado do Fogo.
Na pauta de recuperação florestal, o programa “Restaura Amazônia” destinou R$ 450 milhões para recuperar áreas degradadas. Já foram selecionados 45 projetos que abrangem 26 Terras Indígenas e oito Unidades de Conservação. Paralelamente, o fundo investiu R$ 595 milhões em atividades produtivas sustentáveis, beneficiando mais de 20 mil famílias.
Resultados no território
O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, ressaltou que a parceria internacional potencializa os compromissos do governo. Ele citou a redução de 39,5% na média nacional de incêndios entre 2017 e 2024, com quedas expressivas na Amazônia e no Pantanal.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, reforçou que o fundo prova ser possível combinar rigor na governança com escala de financiamento. Segundo ele, a estrutura organizacional foi fortalecida para dar agilidade à análise e execução das propostas, transformando recursos financeiros em ações efetivas de inclusão social e proteção ambiental.
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