Segundo dados divulgados pelo IBGE, a necessidade de trabalhar é a principal justificativa citada por jovens que abandonam a escola no Brasil.
Cerca de 18% dos jovens de 14 a 29 anos no país não completaram o ensino médio, seja por abandono escolar ou por nunca terem frequentado a escola. Dos jovens que abandonaram os estudos, 40,2% apontaram a necessidade de trabalhar como o motivo principal, o que é praticamente igual ao resultado de 2019.
Outras razões mencionadas incluem falta de interesse em estudar (24,7%), outros motivos (14,5%), gravidez (9,2%), afazeres domésticos (4,6%), problemas de saúde (3,6%) e falta de escola na localidade desejada (3,2%).
Variação entre gêneros
Entre os homens de 14 a 29 anos que estão fora da escola, a necessidade de trabalhar foi a principal causa de abandono escolar em 51,6% dos casos em 2022, seguido pela falta de interesse em estudar (26,9%). Já entre as mulheres, a principal razão também foi a necessidade de trabalhar, mas em um nível menor, atingindo 24%. Gravidez (22,4%) e falta de interesse em estudar (21,5%) foram outros motivos mencionados pelas mulheres.
Outros dados sobre educação no Brasil
A pesquisa também revelou que a taxa de escolarização das crianças de quatro a cinco anos diminuiu de 92,7% em 2019 para 91,5% em 2022. Esse declínio pode estar relacionado à pandemia de Covid-19, mas não há uma conclusão definitiva a partir dos dados disponíveis.
Além disso, a taxa de frequência escolar líquida para a faixa etária de 6 a 14 anos caiu de 97,1% em 2019 para 95,2% em 2022, o menor nível desde 2016. A queda foi mais pronunciada nos primeiros anos do ensino fundamental.
No entanto, a taxa de escolarização para pessoas de 15 a 17 anos aumentou de 89% em 2019 para 92,2% em 2022. A taxa de frequência escolar líquida para essa faixa etária também apresentou aumento, passando de 71,3% em 2019 para 75,2% em 2022.
Para a faixa etária de 18 a 24 anos, que geralmente corresponde ao ensino superior, a taxa de escolarização foi de 30,4% em 2022. A taxa de frequência escolar líquida para esse grupo foi estimada em 25%. A meta do Plano Nacional de Educação é atingir uma taxa de 33% até 2024.
Enquanto a meta de frequência escolar líquida no ensino superior foi alcançada entre pessoas brancas, com 35,2% em 2022, ainda há um longo caminho a percorrer para atingir a meta nacional.
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Com informações da FolhaPress*