A relação entre sociedades indígenas e a floresta Amazônica desperta fascínio e curiosidade. Um estudo publicado pela revista Science, demonstra a descoberta de 24 novos sítios arqueológicos e indica a existência de mais de 10 mil ocupações humanas ainda não encontradas na região.
Habitada pelos povos indígenas por pelo menos 12 mil anos, acredita-se que a floresta tenha sido influenciada pelo manejo e cultivo dessas civilizações, que conviviam em perfeita harmonia com fauna e flora, utilizando os recursos naturais sem destruí-los.
A tecnologia é protagonista no estudo, o mapeamento remoto da floresta se tornou possível através da reconstrução em 3D da superfície e remoção digital da vegetação viabilizada pelo sensor LiDAR (Light Detection and Ranging), que emite feixes de laser infravermelho para modelar a superfície do terreno.
Sítios arqueológicos embasam discussões sobre Marco Temporal
A descoberta dos sítios arqueológicos possibilitou a análise de milhares de dados que indicam a associação entre a presença humana e o cultivo de espécies arbóreas específicas. Essa análise indica que a floresta sofreu impacto para acomodar as civilizações humanas que precisavam de alimentos e outros recursos. Algumas espécies relacionadas ao cultivo dos povos indígenas são a castanha-do-pará, macaúba, araticum, pupunha, açaí e muitas outras.
Essas evidências demonstram uma ocupação ancestral da floresta amazônica e servem como base para enriquecer os debates a respeito do marco temporal para a demarcação das terras indígenas. A presença das civilizações, comprovada através dos sítios arqueológicos, o modo de vida da população, sabedoria, cultura, línguas e heranças devem ser protegida e entendidas como ancestrais.
Sítios arqueológicos podem conter informações valiosas para preservação da Amazônia
De acordo com o autor do estudo, o geógrafo Vinícius Peripato, a Amazônia foi o lar de sociedades complexas que souberam utilizar a floresta sem destruí-la, modificando a geografia e a biodiversidade do território para sustentar suas vidas.
“Em face da necessidade de preservar a Floresta Amazônica, dada sua influência nos padrões climáticos regionais e globais, a compreensão da gestão adotada por essas sociedades pré-colombianas poderia contribuir significativamente para o desenvolvimento da atual bioeconomia”, explica Vinícius.
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