A Amazonas Energia pretende instalar, ainda neste ano, cerca de 86 mil medidores aéreos em vários bairros da cidade. A companhia tem, atualmente, cerca de 15 mil pontos em funcionamento, em Manaus. A meta é chegar em 480 mil até 2030. Porém, a medida tem repercutido negativamente entre a população e os políticos do estado.
Está tramitando, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o projeto de lei 375/2022 que proíbe a instalação de medidores aéreos de energia em Manaus. De autoria do presidente da CMM, Caio André (PSC), o texto deve ser analisado nesta quarta-feira (8).
“O prejuízo é muito grande. Nós temos visto diariamente a empresa insistindo em mudar os postes para colocar esse medidores aéreos e a população se revoltando a cada dia se colocando contrária a esse tipo de ação”, afirmou Caio André.
O PL acrescenta ao artigo 1º da Lei Municipal nº 2.208/2017, onde fica proibida a instalação de sistemas de medição de energia elétrica, externos ou centralizados, fixados nos postes de energia elétrica, ressalvadas as caixas de passagem de energia elétrica, transformadores e cabeamento de internet e TV a cabo, desde que seja observado um raio de 500 metros entre um e outro, para evitar poluição visual.
Para Caio André, além da poluição visual causada pelos medidores, os fios que ficam expostos por conta do serviço realizado pela concessionária causam insegurança para a população.
“Teia de aranha”
O vereador Fransuá Matos (PV), também se posicionou totalmente contra a instalação de medidores aéreos de energia na capital. De acordo com ele, o equipamento da Amazonas Energia causa poluição visual nas ruas, praças, parques e demais espaços públicos.
“Esses medidores aéreos servem apenas para favorecer a empresa, e prejudicam a população ao tornar a nossa cidade uma verdadeira teia de aranha”, afirmou o vereador Fransuá.
O vereador completou que “estamos na contramão de outras cidades do Brasil e do mundo que colocam os fios entre postes de forma subterrânea para evitar a poluição visual e melhorar a qualidade de vida da população”.
Entenda o caso
A instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC), os medidores aéreos, iniciou em novembro de 2021, porém, apresentaram diversas falhas e inconsistências no funcionamento, o que resultou em denúncias de consumidores sobre cobrança de faturas com valores abusivos.
A instalação, então, foi suspensa desde 2021 por meio de ações feitas na justiça pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). No entanto, no final deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a lei estadual que proibia a instalação desses novos medidores, permitindo que a Amazonas Energia voltasse a colocá-los nos postes de Manaus.
Em uma publicação nas suas redes sociais, o senador afirmou que continua “firme na luta pela verdade e para que os abusos contra o consumidor acabem”. Veja:
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Nota da Amazonas Energia
No domingo (5), a concessionária de energia publicou em suas redes sociais uma nota de esclarecimento em que destaca que “inexiste tipo de impedimento, legal ou judicial, à instalação dos medidores do sistema SMC”. Confira a nota na íntegra:
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