A advogada Janai de Souza Almeida foi presa pela Polícia Federal (PF) em Manaus, durante a Operação Xeque-Mate, que investiga a atuação de advogados ligados ao núcleo jurídico do Comando Vermelho (CV) no Amazonas.
De acordo com informações da Rede Amazônica junto à PF, Janai é esposa de Denilson de Andrade Júnior, conhecido como “Pelado”, ex-integrante do grupo criminoso Revolucionários do Amazonas (RDA) e atual líder do Comando Vermelho no bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus. Ele está preso em um presídio federal de segurança máxima.
Segundo a PF, os advogados presos mantinham ligações diretas com Alan do Índio, apontado como um dos principais conselheiros do CV. O criminoso está foragido desde uma megaoperação realizada há 10 dias, no Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortos.
Além de Janai, foram presos Alisom Joffer Tavares Canto de Amorim, Gerdeson Zueriel de Oliveira Menezes e Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo. Conforme as investigações, os advogados utilizavam o direito de visita profissional para repassar bilhetes, ordens e dinheiro entre chefes presos e integrantes do tráfico nas ruas.
O grupo também teria atuado em diferentes frentes criminosas, como:
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Transmitir ordens de líderes do tráfico a membros em liberdade;
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Lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas;
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Ajudar na logística de envio de entorpecentes vindos da Colômbia;
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Intermediar represálias e negociações entre criminosos de outros estados;
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Servir como elo entre presos e pontos de venda de drogas no Amazonas.
Durante a operação, a PF cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais. Foram apreendidos dinheiro em espécie, veículos, documentos e computadores.
A Operação Xeque-Mate tem como objetivo interromper a comunicação entre líderes do CV presos e membros que continuam atuando fora das penitenciárias, com tentáculos que se estendem a outros estados e países da América do Sul.
Em nota à Rede Amazônica, a defesa dos advogados informou que ainda não teve acesso aos autos da investigação e afirmou que os profissionais atuam na defesa de acusados, mas não integram nenhuma facção criminosa.
A OAB Amazonas (OAB-AM) confirmou que representantes da Comissão de Defesa das Prerrogativas Profissionais acompanharam o cumprimento dos mandados. A entidade informou que eventuais violações às prerrogativas estão sendo apuradas e que as medidas cabíveis serão adotadas, reforçando o compromisso com a advocacia e o Estado Democrático de Direito.
*Com informações de Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica.
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