O Ministério das Mulheres (MMulheres) firmou parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para desenvolver diretrizes arquitetônicas para a construção das Casas da Mulher Indígena (CAMI). Essas unidades serão voltadas ao atendimento de mulheres indígenas em situação de violência, respeitando suas especificidades culturais e os biomas em que vivem.
Casas da Mulher Indígena: um marco para políticas públicas
As Casas da Mulher Indígena serão construídas em seis biomas brasileiros – Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Esses espaços terão infraestrutura adaptada às necessidades das mulheres indígenas e serão projetados com orientação do LAB Mulheres, Arquitetura e Territórios (LAB_M.A.T), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.
Segundo o Ministério das Mulheres, o projeto integrará características tradicionais das comunidades indígenas, respeitando seus aspectos culturais e promovendo dignidade. Além de atender vítimas de violência, as casas atuarão no desenvolvimento de lideranças e na promoção de ações educativas dentro das comunidades.
Escuta ativa e integração comunitária
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que o projeto está sendo construído com base em diálogos com lideranças indígenas, representantes governamentais e órgãos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
“A concepção arquitetônica e a política precisam ser trabalhadas juntas, com uma escuta ativa e coletiva das mulheres indígenas, garantindo que suas necessidades sejam realmente atendidas”, afirmou a ministra.
Essa abordagem busca combater as múltiplas formas de violência sofridas pelas mulheres indígenas, que vão além do âmbito familiar e estão relacionadas a questões históricas, sociais e culturais, como racismo e sexismo.
Objetivo e funcionamento das Casas da Mulher Indígena
As Casas da Mulher Indígena oferecerão serviços multidisciplinares, incluindo:
- Acolhimento e atendimento especializado às mulheres em situação de violência;
- Formação de lideranças indígenas;
- Ações educativas e de sensibilização comunitária;
- Encaminhamento para redes de apoio e serviços especializados.
Os projetos arquitetônicos serão sensíveis à natureza e integrarão aspectos tradicionais das comunidades indígenas, valorizando suas culturas e promovendo autonomia.
Casas da Mulher Brasileira: inspiração e expansão
O modelo das Casas da Mulher Indígena tem como referência as Casas da Mulher Brasileira, parte do Programa Mulher Viver sem Violência. Essas unidades oferecem atendimento integrado e humanizado, incluindo serviços como:
- Apoio psicossocial;
- Delegacia;
- Juizado e Defensoria Pública;
- Educação financeira e qualificação profissional.
Atualmente, dez Casas da Mulher Brasileira estão em funcionamento em diversas capitais, como São Paulo, Salvador e Curitiba, com mais 17 unidades em construção. A meta do governo é inaugurar 40 unidades até 2026, abrangendo todas as regiões do Brasil.
*Com informações da Agência Brasil
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