O Amazonas está na lista do piores estados em relação à sua transparência sobre dados de armas de fogo. O estudo realizado pelo Instituto Igarapé, em parceria com a Open Knowledge Brasil, pontua o estado na 25º posição com menos índice de transparência nos órgãos de segurança pública.
A coleta foi realizada em 2021 e 2022, com informações obtidas de três órgãos: a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnico-Científica. No entanto, nos dois anos, o Amazonas não respondeu aos questionamentos completamente, alegando “não possuir a informação ou por não ser sua competência ou por indisponibilidade da mesma”.
As perguntas consistiam em ter acesso ao quantitativo de chamadas envolvendo armas de fogo; quantidade de armas apreendidas; qual é o protocolo para identificação da origem de uma arma apreendida; se elas foram destruídas, entre outros.
De acordo com a diretora de pesquisa do Instituto, Melina Risso, o sigilo, por parte da polícia, pode ser preocupante. “Quando as polícias começam a estabelecer sigilos para esse tipo de informação, isso também tem nos levado e acende um alerta amarelo em relação à transparência dessa informação, que é absolutamente fundamental”, afirma.
Registro de armas no Amazonas
O registro de armas aumentou em 198% entre 2019 e o segundo semestre de 2022, para pessoas físicas.
Em 2022, houve o aumento em 12% para o número de apreensões de armas de fogo, além do crescimento no número de munições apreendidas – fuzis e submetralhadora estão na lista. Os dados são do Centro Integrado de Análise de Estatística (Ciesp).
No ano passado, o Instituto Igarapé publicou um alerta quanto ao aumento de armas em circulação na Amazônia Legal. Entre 2018 e 2021, enquanto o registro de armas por pessoa física cresceu 130,4%, na Amazônia Legal foram registrados 219% de aumento. De 57.737 armas em 2018 o número foi para 184.181 em 2021.
Desde 2019, o Instituto acompanha a facilitação do acesso à armas de fogo, decorrentes da alteração da legislação brasileira. “O aumento da circulação legal de armas na região em ritmo ainda maior do que no restante do país é muito preocupante. No complexo ecossistema de crimes e ilegalidades, essa constatação é um alerta importante”, ressalta Melina.
Com informações do Instituto Igarapé*
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