Mais de 100 mil novos casos de diabetes poderiam ser evitados se fosse eliminado o consumo de bebidas adoçadas artificialmente, tais como: refrigerantes, sucos diet, light ou zero.
Esses são dados do artigo publicado no periódico “Public Health”, elaborado em parceria com a Universidade Federal de Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).
A metodologia contou com análise de 757 mil adultos entre 2006 a 2020 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.
Os pesquisadores perceberam, então, que a taxa de crescimento anual da diabetes foi quatro vezes maior entre o público que consumia bebidas adoçadas artificialmente. A pesquisa coloca em visibilidade novamente as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto ao uso de adoçantes na alimentação.
De acordo com a OMS, o uso prolongado de adoçantes aumenta os riscos de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura em adultos. Sendo aplicado para os adoçantes sem açúcar, sacarina, sucralose e os usados em alimentos e bebidas.
Açúcar X Adoçante
De acordo com a Nutricionista, Carolina Persilva, a maior diferença entre açúcar e adoçante é a sua forma de composição. “O açúcar ele é natural então ele é extraído da cana de açúcar, enquanto o adoçante, a grande maioria deles, são artificiais, sendo desenvolvidos a partir de diferentes matérias primas”, afirma. Ela ressalta ainda que existem algumas opções naturais no mercado, como o stévia, no entanto a maioria é artificial.
A nutricionista alerta que relação do uso excessivo de adoçantes e quadros de diabetes ocorre devido a alteração que esses compostos causam na microbiota intestinal. “O principal impacto dos adoçantes artificiais é na nossa microbiota intestinal, porque os adoçantes eles podem bagunçar, digamos a nossa microbiota, alterando a qualidade das bactérias que a gente tem no intestino”.
As bactérias intestinais desempenham várias funções, dentre elas a secreção dos hormônios, como a insulina. A alteração da microbiota “traz, muitas vezes, uma resposta glicêmica contrária ao que a gente espera. Ela pode secretar mais insulina devido a esse desequilíbrio que acontece com o consumo excessivo de adoçante (…) alterando também os níveis de glicose, podendo causar futuramente a diabetes”, conclui.
Medidas
A coautora do artigo, Luana Marmitt, acredita que a taxação de bebidas artificiais podem contribuir para reduzir o consumo. “Vários países, como México, Chile, Reino Unido e Estados Unidos conseguiram reduzir a compra, venda e consumo dessas bebidas após aumentar os impostos sobre elas. No Brasil, há poucos avanços nesse sentido, embora vários projetos de lei para taxar refrigerantes já tenham sido propostos desde 2016. Se aprovada, a reforma tributária em tramitação já pode trazer alterações nesse sentido”, afirma.
Para a nutricionista Carolina Persilva, as pessoas devem se acostumar com o sabor natural dos alimentos e dar preferência por comidas naturais.
“O ideal de fato é que as pessoas entendam que a gente tem que acostumar com o sabor normal dos alimentos para que elas consumam cada vez mais, o que a gente chama de comida de verdade: frutas, verduras, legumes”.
Com informações da Agência Bori*
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