Wesley Safadão, que já esteve na mira do Ministério Público do Amazonas (MPAM) por shows milionários no estado, pode receber o título de cidadão amazonense. O projeto de lei que concede a homenagem ao cantor cearense é de autoria do deputado estadual Cristiano D’Angelo (MDB).
Em sua justificativa, o deputado diz que Wesley teve “um papel fundamental no período da pandemia de Covid-19 num mutirão de arrecadação de recursos para ajudar centenas de famílias do Amazonas”. Segundo o parlamentar, os recursos doados pelo cantor auxiliaram na compra de equipamentos médicos como respiradores, máscaras, luvas e produtos de higiene pessoal.
A presença do artista em shows no Amazonas também é um dos motivos para conceder a ele o título de cidadão do estado. Para D’Angelo, a homenagem “também ressalta o aumento do turismo musical como uma oportunidade para o desenvolvimento da indústria do entretenimento, gerando empregos diretos e indiretos e fomentando o comércio local”.
Ações do MPAM
Porém, o cantor já foi alvo de ações do MPAM em duas situações. Em agosto de 2022, o juiz Edson Rosas Neto, da 1ª Vara de Tabatinga, determinou a suspensão do show de Safadão no município. A prefeitura iria pagar R$700 mil para a apresentação do artista no Festival Internacional de Tribos do Alto Solimões (Festisol).
“Defiro o pedido […] ora postulado para determinar a imediata suspensão da realização do show do cantor conhecido como “Wesley Safadão”, programado para ocorrer no VIII FESTISOL, entre os dias 25 e 28 de agosto de 2022, devendo o o Município se abster de ordenar e efetuar quaisquer pagamentos com recursos públicos para a dita apresentação artística”, comunicou a liminar”. O juiz acatou o pedido do MPAM.
Em setembro de 2022, o Ministério ingressou com Ação Cautelar requerendo a suspensão do pagamento de R$700 mil à Safadão por show que seria realizado no município de Novo Airão.
Segundo o MPAM, o município teria camuflado os gastos com o espetáculo, dividindo o pagamento de R$700 mil em 10 parcelas que estavam sendo pagas pela prefeitura.
“Oficiamos à prefeitura e eles não prestaram quaisquer informações. Sobre os eventuais pagamentos, soubemos, por meio da mídia, mas não é algo confirmado. Por isso, solicitamos que cautelarmente o juiz suspenda qualquer pagamento que possa estar sendo feito ao cantor ou a seu representante”, informou na época o Promotor de Justiça João Ribeiro Guimarães Netto.