O uso da inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa para se tornar realidade no setor industrial brasileiro. Em apenas dois anos, o número de empresas que adotaram a tecnologia cresceu 163%, passando de 1.619 em 2022 para 4.261 em 2024, segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, realizado com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 41,9% das companhias industriais com mais de 100 funcionários já utilizam IA — em 2022, esse índice era de apenas 16,9%.
IA generativa impulsiona avanço
Para o gerente de pesquisas temáticas do IBGE, Flávio José Marques Peixoto, o salto está diretamente ligado à popularização das IAs generativas, como o ChatGPT, lançado em 2022. “Esse tipo de ferramenta, que cria textos e imagens, impulsionou a adesão”, explicou.
Além da geração de conteúdo, a indústria tem usado IA em mineração de dados, reconhecimento de voz e imagem, machine learning, automação de processos e manutenção preditiva — tecnologia que antecipa falhas em máquinas e reduz custos.
Grandes empresas puxam a frente
O estudo mostra que quanto maior a companhia, maior a chance de uso da tecnologia. Entre as empresas com 500 ou mais funcionários, 57,5% já usam IA, contra 42,5% das que têm de 250 a 499 trabalhadores e 36,1% das que contam com 100 a 249 empregados.
As áreas de administração (87,9%) e comercialização (75,2%) lideram o uso da tecnologia. Entre os segmentos industriais, os que mais investem em IA são:
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Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,3%)
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Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (59,3%)
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Produtos químicos (58%)
Na outra ponta, os setores de fumo (22,9%), couro (20,7%) e manutenção e reparação (19,2%) aparecem entre os menos digitalizados.
Transformação digital mais ampla
O levantamento também revelou que 89% das empresas industriais já usam alguma tecnologia digital avançada, como computação em nuvem (77,2%), internet das coisas (50,3%), robótica (30,5%), análise de big data (27,8%) e impressão 3D (20,3%).
Para 90% das companhias, o principal benefício foi o aumento da eficiência, seguido por maior flexibilidade nos processos (89,5%), melhora no relacionamento com clientes (85,6%) e redução de impacto ambiental (74,1%).
Sobrevivência e desafios
Segundo Peixoto, a adoção da IA e de outras tecnologias deixou de ser opcional e se tornou questão de sobrevivência: “Ou a empresa se digitaliza e integra sua cadeia de produção e logística, ou acaba excluída do mercado”, destacou.
O estudo mostra ainda que o alto custo das soluções é a principal barreira para 78,6% das empresas que já usam tecnologias digitais, enquanto a falta de mão de obra qualificada foi apontada por 54,2%.
*Com informações da Agência Brasil
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