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Por que o Rio Negro não se mistura com o Rio Solimões?

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O rio Negro e o rio Solimões são conhecidos por não se misturarem imediatamente ao se encontrarem, formando o famoso fenômeno conhecido como “Encontro das Águas”, que é uma das maiores atrações turísticas da região amazônica.

O ponto de encontro dos dois rios se tornou um dos principais símbolos da cidade de Manaus e do estado do Amazonas num geral, principalmente pela beleza da congruência entre dois dos principais rios da região.

 Você conhece os motivos que levam a esse fenômeno? A Gazeta da Amazônia te explica!

Por que o Rio Negro e o rio Solimões Não se Misturam?

A não-mistura das águas é atribuída principalmente às diferenças nas características físicas e químicas das águas desses dois rios. Um fenômeno semelhante acontece quando água e óleo são colocados em um copo. Entenda os principais fatores que explicam o Encontro das Águas:

Diferenças nas Propriedades Físicas

    • Temperatura: O Rio Negro flui a cerca de 28°C, enquanto o Rio Solimões corre a 22°C em condições normais. Independente da época do ano, as águas do Rio Negro sempre são mais quentes que a do Rio Solimões, uma diferença de temperatura que retarda a mistura das águas.
    • Velocidade do Fluxo: A velocidade do fluxo de cada rio pode variar; o Rio Negro é um dos rios de menor corrente da região amazônica, chegando a 2km/h em certas épocas do ano. Por sua vez, o Rio solimões é mais agitado, correndo a cerca de 6km/h em seus momentos mais calmos. A diferença de velocidade das correntes também é um fator que altera as condições de mistura dos rios.

Diferenças nas Propriedades Químicas

    • Origens Geográficas: Os rios têm origens geográficas diferentes. O Rio Negro como conhecemos é um rio exclusivamente brasileiro, que tem sua nascente na região noroeste do Brasil. Entretanto, o rio que dá origem ao rio Negro é o Guainia, que nasce na Colômbia.Enquanto isso, o Rio Solimões tem origem nos Andes, no Peru. Por terem sua origem em territórios de relevo, vegetação e clima bem distintos, a composição química das águas é bastante divergente, o que muda a densidade da água de cada um.
    • Composição Química: Os dois rios carregam diferentes concentrações de sedimentos, matéria orgânica e minerais dissolvidos. A característica cor escura do Rio Negro vem da alta concentração de matérias orgânicas no fundo do rio; o Solimões ganhou sua cor marrom-areia devido à grande quantidade de sedimentos de barro e argila que se desprendem das montanhas dos Andes e são transportados por todo o corpo do rio.As diferenças nos materiais encontrados nos rios fazem com que as águas do Rio Solimões sejam mais pesadas que as do rio Negro, o que serve como principal motivo para a heterogeneidade das águas.

Onde Ficam os Rios?

Ambos os rios estão localizados principalmente na região norte do Brasil, na vasta bacia amazônica, uma das áreas mais biodiversas e ecologicamente ricas do planeta. Os rios Negro e Solimões servem, também, como dois dos principais afluentes do Rio Amazonas, o maior do mundo em volume de água e segundo maior em extensão atrás apenas do rio Nilo, que atravessa desde a Uganda até o Egito.

O rio Negro é navegável por 720km acima de sua foz e pode chegar a ter 1 metro de profundidade em seu ponto mais raso durante o tempo de seca, com muitos bancos de areia e outras dificuldades para as embarcações da região, que depende do transporte fluvial para abastecer muitas comunidades. Na estação das chuvas, o rio Negro transborda, inundando as comunidades ribeirinhas em distâncias que vão de 32 km até 640 km.

Já o rio Solimões se estende por cerca de 1700km, atravessando os municípios de São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Jutaí, Fonte Boa, Alvarães, Tefé, Coari, Codajás, Anamã, Anori e Manacapuru antes de chegar a Manaus, onde se encontra com o rio Solimões e passa a ser parte do Rio Amazonas.

Turismo nos Rios da Amazônia

Passeios de barco no Encontro das águas são comuns.
Passeios de barco no Encontro das águas são comuns. FOTO: Mario Roberto Duran Ortiz Mariordo ([email protected])

O Encontro das Águas é a principal atração turística da região. Cruzeiros fluviais ao longo de rios são populares, e os rios Negro, Solimões e Amazonas são as principais escolhas de turistas. A observação da vida selvagem é uma atração marcante, com a possibilidade de avistar diversas espécies ao longo das margens dos rios.

Além disso, pesca esportiva é uma atividade comum, atraindo entusiastas em busca de diferentes espécies de peixes. O turismo fluvial inclui, ainda, visitas a comunidades ribeirinhas, permitindo aos turistas interagir com os moradores locais e conhecer suas tradições.

Para complementar a experiência, algumas áreas da Amazônia têm reservas e parques nacionais acessíveis por barco. Nesses roteiros, trilhas na floresta são comuns, permitindo a experiência da observação de aves e conhecimento da biodiversidade terrestre e da flora local.

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