Um estudo divulgado pelo Fórum Nacional de Segurança Pública (FNSP) na quinta-feira (29) aponta que existem pelo menos 22 facções do crime organizado na Amazônia Legal, presentes em todos os estados amazônicos.
A delimitação da Amazônia Legal abrange nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parcelas do Maranhão, totalizando 772 municípios.
O relatório “Cartografias da Violência na Amazônia” identificou que 178 dos 772 municípios da região têm presença de facções, o que representa 23% do total. Os municípios em situação de disputa territorial entre duas ou mais facções são ao menos 80, representando 10,4% do total.
Amazônia e as facções
O estudo destaca que a fronteira amazônica é uma das regiões mais afetadas pela presença de facções criminosas. “Essas facções geralmente se instalam para estabelecer o controle dos fluxos e das relações de poder que garantam o escoamento de drogas e outros ilícitos para o território nacional”, diz o relatório.
Apreensão de drogas
O relatório também aponta que a apreensão de drogas na Amazônia cresceu significativamente nos últimos anos. Em 2022, as polícias estaduais apreenderam pouco mais de 20 toneladas de cocaína, crescimento de 194,1% em relação a 2019. A Polícia Federal apreendeu 32 toneladas de cocaína no mesmo período, crescimento de 184,4%.
As apreensões realizadas pelo Exército foram significativamente menores, totalizando quatro toneladas de maconha e cocaína. “A baixa produtividade das Forças Armadas surpreende por serem elas as responsáveis pela segurança das fronteiras”, avalia o relatório.
Armas de fogo
O estudo também destaca o crescimento do registro de armas de fogo na Amazônia. Em 2019, havia 115.092 armas registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal nos estados da Amazônia. Em 2022, esse número passou para 219.802, um crescimento de 91%.
O Mato Grosso concentra o maior número de registros, com 63.337, seguido do Pará, com mais de 43 mil. “Esse crescimento pode estar relacionado ao aumento da violência na região”, afirma o relatório.
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