O Amazonas vive uma situação ambiental crítica em 2024, marcada pela seca antecipada e um aumento alarmante nas queimadas. Dados recentes apontam que a estiagem já afeta quase 290 mil pessoas no estado, com dificuldades no fornecimento de insumos e aumento no preço de produtos, enquanto comunidades indígenas e ribeirinhas correm o risco de ficarem isoladas.
Seca Antecipada e Impactos
A seca, que tradicionalmente ocorre entre agosto e outubro, começou mais cedo em 2024. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o volume de chuvas foi abaixo da média desde maio, o que antecipou a vazante dos rios. Em Manaus, o Rio Negro registrou uma baixa significativa em agosto, com nível de 21,93 metros, comparado aos 24,83 metros no mesmo período de 2023.
Outras regiões do Amazonas, como Alto Solimões e Médio Solimões, também enfrentam baixos níveis de água, afetando o transporte de insumos e encarecendo produtos. Em cidades como Tabatinga, Envira e Coari, a situação é especialmente crítica, com preços de alimentos disparando e dificuldades na distribuição de água potável.
Recorde de Queimadas em Agosto
Paralelamente, o Amazonas registrou mais de 7 mil focos de calor em agosto de 2024, superando os 4 mil do mesmo mês no ano anterior. O aumento das queimadas, impulsionado pela seca e pela ação humana, tem causado sérios problemas à população. Em Manaus, uma densa fumaça encobriu a cidade por quatro dias, e o sul do estado também sentiu os efeitos das queimadas.
Regiões como Manacapuru, Boca do Acre e Apuí foram gravemente afetadas, com incêndios ameaçando áreas residenciais e propriedades rurais. A pecuária, predominante no sul do Amazonas, contribui para a intensificação dos focos de calor.
Preocupações e Medidas
O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) já antecipou o envio de urnas eletrônicas para o interior devido às dificuldades logísticas causadas pela seca. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros alerta sobre a predominância de incêndios provocados por ação humana, intensificando ainda mais o cenário de devastação.
O governo e as autoridades de monitoramento seguem em alerta, buscando estratégias para mitigar os impactos tanto da seca quanto das queimadas, que podem se intensificar ainda mais nos próximos meses.
Monitoramento e Previsões
Meteorologistas indicam que a estiagem e as queimadas podem continuar a se agravar até setembro, tradicionalmente o mês de pico desses fenômenos. A população é orientada a estar atenta às condições climáticas e aos alertas das autoridades para prevenir maiores danos.
*Com informações do G1
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