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Custo de passagem a R$ 8 mil leva governo a cancelar evento pré-COP30

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Missão internacional que apresentaria o manejo sustentável do pirarucu como um trunfo da bioeconomia brasileira foi adiada para 2026; a importância deste evento pré-COP30 era fundamental para a imagem do Brasil.

Um importante evento pré-COP30, planejado para apresentar ao mundo um dos maiores casos de sucesso em sustentabilidade da Amazônia, foi cancelado pelo governo federal. O motivo: o custo exorbitante de passagens aéreas, que chegaram a R$ 8.000 por trecho, inviabilizou a logística da missão que levaria diplomatas de mais de dez países para conhecer de perto o manejo comunitário do pirarucu no estado do Amazonas.

A “Missão Pré-COP30 – Manejo Sustentável do Pirarucu”, agendada para o final de outubro, era uma iniciativa estratégica coordenada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o renomado Instituto Mamirauá. O objetivo era claro: usar o exemplo da recuperação do “gigante amazônico” para posicionar o Brasil como líder em bioeconomia antes da conferência do clima da ONU, que será sediada em Belém em 2025.

Objetivos do evento pré-COP30: Apresentando o Pirarucu ao Mundo

O roteiro deste evento pré-COP30 era uma imersão completa no modelo de sucesso que salvou o pirarucu da beira da extinção. Durante uma semana, entre 14 e 21 de outubro, uma comitiva de aproximadamente 30 pessoas, incluindo diplomatas, pesquisadores e representantes de organismos multilaterais, visitaria comunidades ribeirinhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Tefé (AM).

Eles veriam na prática como o manejo comunitário conseguiu não apenas recuperar os estoques do peixe, mas também gerar renda para centenas de famílias e consolidar uma cadeia produtiva com rastreabilidade e certificação de reconhecimento global. A importância desta iniciativa pré-COP30 era mostrar, em campo, um modelo replicável de conservação ambiental aliada ao desenvolvimento social e econômico. Os convites já haviam sido enviados para embaixadas e organizações como a Delegação da União Europeia, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e representações de nações como Reino Unido, Itália, Japão e países vizinhos.

Logística Inviável e o Cancelamento do evento pré-COP30

O plano para o evento pré-COP30 ruiu diante da realidade logística e dos altos custos para se chegar a Tefé. Segundo o Ministério da Pesca, “o aumento expressivo dos custos de deslocamento aéreo para Tefé (AM), com tarifas que ultrapassaram R$ 8.000, inviabilizou a realização da missão”. Como o orçamento não previa o custeio de passagens para os diplomatas, cada convidado arcaria com suas despesas, o valor se tornou um impeditivo incontornável.

Em nota, o MPA detalhou a causa do problema: o fim do acordo de codeshare entre as companhias Azul e Gol. Essa mudança fez com que o preço do trecho Brasília-Tefé saltasse de uma média de R$ 1.700 para mais de R$ 8.000. Além disso, o tempo de viagem aumentou drasticamente, de 5 horas para até 18 horas, com necessidade de pernoite. Atualmente, apenas a Azul opera o trecho aéreo. Diante do obstáculo, a missão deste evento pré-COP30 foi adiada para 2026, em uma decisão conjunta com o Instituto Mamirauá, para “garantir ampla participação de parceiros nacionais e internacionais”.

Ecos da COP30: Desafios Logísticos Vão Além do evento pré-COP30

O cancelamento do evento pré-COP30 em Tefé é um sintoma de um problema maior que ronda a COP30: a inflação de preços e os desafios de acesso à região amazônica. A alta nos custos de transporte e hospedagem tem se tornado uma preocupação central para a organização da conferência global.

Em Belém, sede da conferência, a situação levou a uma ação judicial. Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Pará concedeu uma liminar para frear o aumento abusivo nos preços de hospedagem em plataformas como Booking.com e Agoda. A decisão, que atende a uma ação da Defensoria Pública do Pará, limita o reajuste das diárias a, no máximo, três vezes o valor da alta temporada local e estabelece uma multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento. A medida evidencia que garantir o acesso justo e viável à Amazônia é um dos grandes desafios para o sucesso da COP30.

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