Cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vítimas de violência em 2022. Em média, as mulheres que sofreram violência relataram ter sofrido quatro agressões ao longo do ano. No Amazonas, esse número passa de 3 mil.
Os dados são pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os resultados alertam para o fato de que 33,6% das mulheres no Brasil já sofreram violência física e/ou sexual por parte do parceiro íntimo ou do ex, e mostra um crescimento expressivo de todos os tipos de violência.
Violência no Amazonas
No estado do Amazonas, em 2022, 3.718 mil mulheres sofreram algum tipo de violência. No ano passado, 21 mulheres foram assassinadas. Este ano, já foram registrados três crimes de feminicídio no estado. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do AM (SSP-AM). 
Segundo o levantamento, 28,9% das brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero em 2022, 4,5 pontos percentuais acima do resultado da pesquisa do ano de 2021. A pesquisa ouviu 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023.
Outras formas de violência
Entre as outras formas de violência citadas, as mais frequentes foram as ofensas verbais (23,1%), perseguição (13,5%), ameaças de violências físicas (12,4%), ofensas sexuais (9%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4%), ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%), lesão provocada por algum objeto que foi atirado nelas (4,2%) e esfaqueamento ou tiro (1,6%).
O autor da violência é conhecido da vítima na maior parte dos casos (73,7%). O que mostra que o lugar menos seguro para as mulheres é a própria casa – 53,8% relataram que o episódio mais grave de agressão dos últimos 12 meses aconteceu dentro de casa. Esse número é maior do que o registrado na edição de 2021 da pesquisa (48,8%), que abrangeu o auge do isolamento social durante a pandemia de covid-19.
Estupro
No Brasil, uma mulher é estuprada a cada dois minutos. Por ano, o número estimado de casos é de 822 mil, conforme o estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, tendo 2019 como ano de referência. De acordo com o Sinan, a maior quantidade de casos de estupro ocorre entre jovens, com o pico de idade aos 13 anos.
O Amazonas registrou 855 casos de estupro em 2019. Porém, o estudo do Ipea mostra que o número de mulheres estupradas foi de 8.797, o que retrata a subnotificação do crime no estado. Em 2022, apenas três casos de estupro foram registrados, de acordo com os dados da SSP-AM.
O Ipea também calculou a proporção dos casos estimados de estupro que não são identificados nem pela polícia, nem pelo sistema de saúde. A conclusão é que, dos 822 mil casos por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.
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