Formação visa fortalecer ações preventivas durante o período de estiagem na região metropolitana de Manaus
O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) certificou, no sábado (12/04), indígenas da etnia Kambeba da aldeia Tururukari-uka, localizada no km 47 da rodovia AM-070, em Manacapuru, na região metropolitana de Manaus. A capacitação em brigada de incêndio florestal tem como objetivo reforçar o combate às queimadas, especialmente durante o período de estiagem previsto a partir de junho.
A formação contou com 20 horas de aulas teóricas e práticas, realizadas entre os dias 7 e 9 de abril. Ao todo, 18 indígenas participaram diretamente do curso, mas o conhecimento será compartilhado com as 12 famílias da comunidade, que somam 58 pessoas.
Capacitação integra plano de prevenção a queimadas no estado
Segundo o comandante-geral do CBMAM, coronel Oreliso Muniz, a formação faz parte de uma estratégia de prevenção de incêndios florestais no Amazonas, diante da previsão de aumento dos focos de calor durante a seca. A medida busca preparar as comunidades diretamente afetadas e ampliar a resposta rápida a ocorrências de fogo em áreas de floresta.
“O treinamento corrige práticas incorretas e ensina o uso técnico correto dos equipamentos, o que ajuda a reduzir o tempo de resposta no combate às chamas”, explicou o comandante da unidade dos bombeiros de Manacapuru, Emerson Silva.
Comunidade já enfrentou queimadas com técnicas tradicionais
De acordo com Gelson Silva, presidente da Associação Tururukari-uka, os moradores da aldeia enfrentaram uma situação crítica em 2024, quando precisaram combater incêndios florestais por 23 dias consecutivos, sem equipamentos de proteção ou suporte técnico.
“Foi uma luta de coragem. Não tínhamos nenhum equipamento de segurança, apenas a força do nosso povo. Agora, com essa capacitação, nos sentimos mais preparados para proteger nossa aldeia”, afirmou Gelson.
Conhecimento técnico e ancestral se unem no enfrentamento ao fogo
Para o tuxaua Francisco Uruma, a parceria entre o conhecimento tradicional indígena e as técnicas modernas ensinadas no curso será fundamental no combate às queimadas que afetam a região.
“Essa é uma área onde há muitas queimadas ilegais, provocadas por quem derruba árvores para tirar madeira. Com o curso, aprendemos a proteger a natureza e também a nós mesmos”, destacou Uruma.
Denúncias e ações de prevenção
A capacitação de brigadistas indígenas representa mais um passo nas ações integradas de enfrentamento aos incêndios florestais no Amazonas. A população pode denunciar focos de queimadas ilegais por meio dos canais de atendimento do Corpo de Bombeiros ou órgãos ambientais competentes.
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