A região Norte do Brasil é cercada de particularidades, entre elas, e talvez a mais conhecida, é sua composição verde, formada especialmente pela Floresta Amazônica. Em meio à imensidão da natureza, surgem também grandes desafios logísticos para integrar todo a região ao restante do país e do mundo.
Guardião da floresta amazônica, o Amazonas detém também o título de maior estado do país em extensão territorial. Sua área é maior que a da França, Espanha, Suécia e Grécia juntas. Se fosse um país, o Amazonas seria a 16ª maior nação do mundo em área territorial, superando territórios como a da Mongólia. Em aspectos práticos, a geografia do estado interfere na complexidade do transporte de pessoas, cargas, entre outros.
Diferente da maior parte do Brasil, o principal meio de transporte no Amazonas é feito por vias fluviais. Cortado por uma série de rios extensos e volumosos, as embarcações se tornaram o principal meio logístico do estado. No entanto, o custo e o tempo para fazer com que mercadorias essenciais cheguem aos consumidores é alto. Nesse contexto, os aeroportos passaram a desempenhar um papel fundamental nos municípios onde estão localizados, atuando como facilitadores e contribuindo com desenvolvimento econômico e social da região.
A empresa Passarelli Engenharia, contratada pela Concessionária Aeroportos da Amazônia é responsável pelas obras de modernização, ampliação e restauração de três aeroportos nos municípios de:
Tefé
O Aeroporto de Tefé é uma porta de entrada importante da região do Médio Solimões e é estratégico para a atividade comercial local. Além disso, é um importante ponto de ligação do interior do Amazonas com a capital. Distante apenas 4 km do centro da cidade, dispõe de uma pista de 2.200m de comprimento. Banhada pelas águas do lago de mesmo nome, Tefé está localizada no centro da Amazônia internacional.
Tabatinga
O Aeroporto de Tabatinga está distante apenas 2 km do centro da cidade e está localizado em área de fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, na região do Alto Solimões. Uma das principais vias de acesso ao extremo oeste do Amazonas, tem papel estratégico para atividades comerciais e militares. O Aeroporto tem atividades domésticas e internacionais, e dispõe de uma pista com 2.150m de comprimento.
Manaus
O Aeroporto Internacional de Manaus foi construído em 1976 e tem capacidade para 13,5 milhões de passageiros. Um dos principais aeroportos da região Norte, tem a função estratégica de integrar a imensa região amazônica ao resto do país e às cidades dentro dela. Com capacidade de receber aeronaves de código de referência 4E, dispõe de uma pista de 2.700m de comprimento e um terminal de passageiros. O estacionamento, no subsolo, tem capacidade de abrigar cerca de 1,4 mil automóveis.
Desafio logístico
Com objetivo de modernizar e aprimorar a infraestrutura aeroportuária na região Norte do Brasil, a empresa elencou alguns dos principais desafios logísticos em enfrentados no processo.
Em Tefé e Tabatinga, por exemplo, a maior parte dos insumos é transportada por balsas ou barcas. Compreender a logística única dessas localidades está sendo fundamental para o cumprimento e andamento das obras, uma vez que as intervenções envolvem uma série de adaptações e melhorias complexas.
Desafio ambiental
A principal intervenção está acontecendo no aeroporto de Manaus. Além da modernização das infraestruturas, em alinhamento com a política ambiental da Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, membro da Rede VINCI Airports, o projeto contempla medidas de responsabilidade ambiental. Iniciativas como o plantio de árvores nativas no canteiro de obras, serão, posteriormente, geridas por uma Organização Não-Governamental que atua com reflorestamento.
O propósito é disseminar junto aos trabalhadores a sinergia entre produção e meio ambiente. Além disso, a água condensada dos aparelhos de ar condicionado instalados no canteiro de obra é coletada e utilizada para irrigação de áreas verdes.
Outras intervenções
As intervenções incluem, ainda, adaptações nas faixas para pousos e decolagens, melhorias na iluminação, aprimoramento do sistema de drenagem das pistas e a modernização do terminal de embarque.
No aeroporto de Tefé, será feita a revitalização da pista, implementando um novo sistema de drenagem, melhorando a iluminação, e, ainda, pequenas intervenções internas no terminal de passageiros.
Vazão do rio
Como se já não bastasse a complexidade logística para que os insumos cheguem ao destino, o cronograma das obras dependem ainda de um fator completamente externo. A vazão dos rios, assunto bastante comentado nos últimos dias em virtude da seca recorde no Amazonas.
As balsas costuma levam entre 10 e 20 dias, dependendo do nível do Rio Solimões. Portanto, no planejamento da obra, há de se considerar o clima, já que durante cerca de oito meses do ano, a região enfrenta um período de chuvas e cheias.
Peculiaridades da região
Como falamos no início, a região Norte apresenta uma série de peculiaridades. Trouxemos como destaque a questão logística e o desafio de modernizar os aeroportos. Mas, não é só isso. Em Tabatinga, para acessar a área de cultivo, indígenas de duas comunidades da etnia Ticuna cruzam uma área do aeroporto.
Esse fator foi levado em conta no projeto e a segurança dos indígenas será indispensável na execução. Para isso, a empresa responsável desenvolveu sinalizações no idioma da comunidade.
Outros desafios
Em outro artigo, abordamos algumas questões ambientais e econômicas que também são enormes desafios para políticos e ambientalistas. Você pode conferir aqui: Economia e Meio Ambiente conseguem caminhar juntos? para entender a complexidade da região Norte, suas peculiaridades e que ajustes tem sido feitos para atender todos os lados.
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Com informações da Passarelli Engenharia*