Representantes do Brasil e dos Estados Unidos terão uma reunião presencial nesta quinta-feira (16) para tratar da taxação de produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, o chamado “tarifaço”. A informação foi confirmada pelo presidente Lula.
Este será o primeiro encontro oficial entre autoridades do Brasil e dos EUA após a conversa entre Lula e o presidente estadunidense Donald Trump, no início de outubro.
Lula comenta negociações
“Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, disse Lula, nesta quarta-feira (15), em uma brincadeira com a fala de Trump sobre a “química excelente” entre os dois nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, contou Lula em evento no Rio de Janeiro, quando perguntado sobre o estado das conversas.
Após a química nas Nações Unidas e a conversa por telefone, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações. Rubio, então, convidou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para liderar uma delegação brasileira a Washington.
Reunião entre países
O ministro do Itamaraty desembarcou nesta terça-feira (14) na capital dos Estados Unidos para a agenda de trabalho, que inclui a reunião com o representante estadunidense.
Em entrevista recente à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os Estados Unidos, para reverter o tarifaço ao Brasil. O principal deles, segundo o ministro, é que a medida está encarecendo a vida do povo estadunidense.
Haddad lembrou ainda que os Estados Unidos já têm superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento no país, sobretudo voltado para transformação ecológica, terras raras, minerais críticos, energia limpa, eólica e solar.
Tarifaço
O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas.
No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.
Porém, em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo Trump, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
Entre os produtos tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. Ficaram de fora da primeira lista cerca de 700 itens (45% das exportações do Brasil aos EUA) como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes.
*Com informações da Agência Brasil
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