O governador Wilson Lima anunciou, nesta segunda-feira (17), que vai à Brasília apresentar as propostas do Amazonas e pedir apoio do Governo Federal, para o combate à violências nas escolas, além do incentivo de uma cultura de paz entre os estudantes.
Uma série de medidas, como investimentos em inteligência, reforço da assistência psicossocial e conscientização social, foram reunidas para serem apresentadas à Presidência da República.
O anúncio foi feito durante reunião de balanço e atualização, no Centro Integrado de Comando e Controle, com gestores que integram o Comitê Interinstitucional de Proteção, Monitoramento, Guarda e Segurança Escolar e o Núcleo de Inteligência em Segurança Escolar (Nise) para avaliar ações realizadas desde a implantação, há uma semana, na última segunda (10), e os próximos passos.
Na reunião, o governador Wilson Lima garantiu que o estado tem se preparado em várias frentes para enfrentar esse problema, alertou sobre a importância da participação familiar nesse processo e reforçou sua preocupação pessoal em manter as escolas como ambiente de cultura de paz e formação cidadã.
“Só nesse período em que nosso comitê está atuando foram evitados, aproximadamente, 56 atos de violência e detalhe: tanto na capital quanto em outros 13 municípios do interior, incluindo municípios que não fazem parte da região metropolitana de Manaus. Esses atos ou anúncios de atos são de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos de idade”, informou Wilson Lima.
Segundo o governador, entre as propostas que serão levadas ao Governo Federal estão:
- o projeto “Escola Nota 10”, com objetivo de realizar reuniões, planos de capacitação, assessoramento das escolas e campanha de divulgação;
- o projeto “Escola segura, aluno cidadão”, que já atende 20 mil alunos em 18 escolas estaduais e municipais de Manaus e interior;
- aquisição de ferramentas tecnológicas de inteligência que ajudem no trabalho de investigação;
- reforço nos quadros temporários de profissionais da área psicossocial para execução do projeto “Acolher”, além da proposta da realização de uma campanha de comunicação nacional, a exemplo de como já acontece nas campanhas de vacinação.
Atuação do estado
Em menos de uma semana de atuação, o Nise, com o apoio das Forças de Segurança do Estado e da ação de Inteligência, identificou 68 adolescentes (34 na capital e 29 no interior), que foram apreendidos por envolvimento na propagação de ameaças de ataques a escolas. Uma parcela dos apreendidos responderá por atos infracionais análogos a atos preparatórios para terrorismo.
“Esse é um momento em que, mais do que nunca, a gente tem que passar segurança, tem que demonstrar que nós estamos agindo para que esse momento passe muito rápido e que a gente consiga ultrapassar esse período de uma forma muito positiva. Graças a Deus, nas nossas escolas tanto estaduais quanto municipais, nenhuma teve ocorrência que seja grave ou tenha comprometido a segurança dos alunos”, destacou a secretária de Educação e Desporto, Kuka Chaves.
Foi criada uma linha direta de contato para denúncias sobre violência nas escolas pelo WhatsApp do NISE: (92) 99414-0480 e e-mail: [email protected]; além do fortalecimento da divulgação dos canais já existentes: o 190 e o 181. Um calendário para realização de ações socioeducativas nas escolas da rede pública e privada de ensino também foi montado, com a primeira palestra prevista para iniciar nesta terça-feira (18).
Participação da família
O Governo do Amazonas também trabalha junto às famílias de crianças, adolescentes e jovens para envolvê-los na atenção e acompanhamento dos estudantes, como por exemplo, vistoriando mochilas e materiais escolares; conteúdos acessados na internet, redes sociais e grupos de WhatsApp; manter um diálogo próximo e acolhedor; atuar em caso de qualquer alteração de comportamento e estabelecer uma relação de confiança.
Integram o comitê a Secretaria de Estado de Educação e Desporto, Casa Civil, Casa Militar, Secretaria de Governo, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria de Comunicação, Secretaria de Segurança Pública com as forças de segurança do Estado (Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros) e a Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), secretarias de Saúde; de Assistência Social; de Justiça e Direitos Humanos.