A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (17), a cerimônia de início das atividades do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus. Coordenado pela PF, o Centro está sediado em localização estratégica e tem como foco o enfrentamento a crimes transnacionais que afetam a região.
“O enfrentamento ao crime organizado na Amazônia só é possível por meio da integração e da cooperação entre instituições e países. Não há mais espaço para ações isoladas — nem de municípios, nem de estados, nem mesmo de nações. É preciso união, compartilhamento de informações e inteligência coordenada para combater esse flagelo global”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante a inauguração do CCPI.
Como funcionará o CCPI

O CCPI é uma das principais entregas do Governo Federal no âmbito do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), resultado dos compromissos assumidos na Carta de Belém e dos Estados da Amazônia Legal. A iniciativa é fruto de parceria com o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com recursos do Fundo Amazônia.
O novo Centro funcionará como um espaço de articulação conjunta entre forças de segurança pública do Brasil e de países vizinhos, promovendo o intercâmbio ágil de informações e o desenvolvimento de ações integradas no combate a crimes ambientais e outros como tráfico de drogas e contrabando.
O CCPI contará também com representantes dos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), fortalecendo a cooperação.
A estrutura do Centro inclui serviço de inteligência, divisões de operações e logística, sala de videomonitoramento, gabinete de crise, sala de imprensa, entre outros espaços voltados à atuação coordenada.
Fundo Amazônia

A operacionalização do CCPI Amazônia ocorre no âmbito do apoio do Fundo Amazônia ao Plano AMAS: Amazônia –Segurança e Soberania. Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo Amazônia aprovou recursos no valor de R$ 318,5 milhões para o plano.
O centro é considerado prioritário devido ao seu papel central na governança do Plano Amas, uma vez que responderá pelo seu planejamento, sua execução e seu monitoramento. A estrutura trará maior capacidade para enfrentar a presença cada vez mais proeminente de organizações criminosas na região.
Além disso, o CCPI terá papel central no combate a crimes ambientais e outros ilícitos associados como lavagem de dinheiro, grilagem de terras públicas e sonegação de impostos. Além disso, está alinhado aos compromissos assumidos pelo Brasil na Carta de Belém, assinado juntamente com outros países pan-amazônicos – Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – ao fim da Cúpula da Amazônia realizada em 2023.
Segundo o presidente Aloizio Mercadante, o início das operações do CCPI Amazônia é um marco na integração entre segurança pública e proteção ambiental do governo federal. “Ao apoiar esta iniciativa estratégica por meio do Fundo Amazônia, o BNDES reforça seu compromisso com o enfrentamento ao crime organizado e à destruição ilegal da floresta. Estamos unindo inteligência, tecnologia e cooperação internacional para proteger a Amazônia e garantir a soberania brasileira sobre esse território vital para o futuro do planeta”, afirmou.
Tecnologia avançada
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a instituição tem investido fortemente em tecnologia para o combate aos crimes ambientais e à mineração ilegal. “A Polícia Federal vem incorporando tecnologias de ponta, como o Projeto Ouro Alvo, que nos permite identificar a origem exata do ouro apreendido — o que chamamos de ‘DNA do ouro’. Esse tipo de rastreabilidade também já está sendo aplicado à madeira”, explicou.
Ele destacou ainda o compromisso ambiental da instituição: “Este edifício deverá ser o primeiro da PF com emissão zero de carbono. Estamos finalizando o processo de chamada pública para garantir que seja um modelo ambientalmente responsável.”
As atividades do centro recém-inaugurado serão desenvolvidas em cooperação com forças de segurança pública de nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Também poderão ser integrados às atividades agentes de segurança dos outros países da Pan-Amazônia. Organismos multilaterais como a Interpol, Ameripol e Europol serão convidados a se somar aos esforços, permitindo assim um fluxo diário e permanente de dados de inteligência e a pactuação de operações e investigações conjuntas.
*Com informações da Agência Gov
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