O vereador Rodrigo Guedes (Podemos) será o relator da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) que irá investigar as supostas irregularidades cometidas pela concessionária Águas de Manaus.
“Estou pronto para a guerra. Comigo não tem acordo, a não ser que seja um acordo público em benefício do povo. A CPI é de extrema importância para a população, pois irá garantir respostas. Quero saber porque a Prefeitura de Manaus permite as inúmeras irregularidades cometidas pela empresa. Como relator, vou investigar e trabalhar para que todas as provas coletadas durante a CPI sejam destinadas aos órgãos de controle para as devidas providências”, disse.
Para Guedes, a CPI é uma forma da Câmara garantir respostas à população. Como relator, o vereador diz que irá apresentar um parecer que exija as punições e maiores investigações dos órgãos de controle.
Em vídeo publicado na rede social, o vereador questiona por quê a concessionária não instala os medidores em “condomínios de luxo”. “Não adianta argumentar que nos bairros tem mais ligações clandestinas. Se vale para o mais pobre tem que valer para o mais rico também!”, disse Rodrigo Guedes. Veja o vídeo abaixo:
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O cargo de Guedes foi definido durante a primeira reunião dos membros da comissão, na segunda-feira (20), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A Comissão terá como presidente o vereador Diego Afonso (UB) e como vice-presidente, o vereador William Alemão (Cidadania).
A CPI tem como alvo investigar:
- os contratos da empresa com a Prefeitura de Manaus;
- os serviços prestados pela empresa;
- cobranças abusivas;
- qualidade na distribuição de água e principalmente a taxa de esgoto cobrada em locais que não possuem serviços de tratamento de esgoto.
Segundo o regimento interno, os trabalhos da CPI devem ocorrer em dois meses, durante 30 reuniões ordinárias, podendo ser prorrogada por mais 15 reuniões.
Apoio federal
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), visitou a CMM, na segunda-feira (20), e declarou apoio ao Projeto de Lei 375/2022, de autoria do vereador Caio André (PSC), que proíbe a instalação de medidores aéreos de energia na capital. Além disso, também afirmou que irá acompanhar os trabalhos da CPI da Águas de Manaus.
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“Na esfera federal podem legislar não só sobre a poluição visual, mas sobre a energia em si e sobre CPI da Águas de Manaus. Darei meu apoio, no que me couber, no âmbito jurídico e federal. Precisamos investigar por quê as irregularidades apontadas por vocês (vereadores) acontecem, e a Ageman, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus, não agiu”, disse Amom.
O deputado federal ressaltou, ainda, o compromisso de acompanhar os trabalhos legislativos da CMM.
“Assumi, enquanto vereador, o compromisso de ser o deputado federal mais presente da história do Amazonas, nesta cidade, capital do Estado. Tenho a obrigação moral, por ter recebido 92% dos votos nesta cidade, de prestar visitas e acompanhar os trabalhos desta Casa, auxiliando no que me couber”, destacou.
Projeto de Lei 375/2022
O Projeto de Lei 375/2022, que proíbe a instalação de medidores aéreos, deverá ser votado na quarta-feira (22), segundo informou o presidente da Casa, Caio André.
O PL acrescenta ao artigo 1º da Lei Municipal nº 2.208/2017, onde fica proibida a instalação de sistemas de medição de energia elétrica, externos ou centralizados, fixados nos postes de energia elétrica, ressalvadas as caixas de passagem de energia elétrica, transformadores e cabeamento de internet e TV a cabo, desde que seja observado um raio de 500 metros entre um e outro, para evitar poluição visual.
Saneamento Básico
Caio André também comentou sobre o resultado de um estudo produzido pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados. O relatório aponta que Manaus está, há uma década, entre as 20 cidades com pior saneamento básico, em um ranking que analisa o serviço nos 100 maiores municípios do Brasil.
Ao destacar o dado, o vereador fez um alerta à população e à Prefeitura de Manaus. O parlamentar lembrou que, na capital amazonense, o serviço de água e esgoto é concedido à empresa Águas de Manaus desde 2018.
“O serviço que a empresa vem desempenhando está muito aquém do que foi acordado no contrato e a cidade de Manaus continua padecendo, no que concerne ao tratamento e coleta de esgoto. Isso é muito triste por ser uma questão de saúde pública”, disse o presidente da CMM.
A insatisfação com os serviços da empresa Águas de Manaus por parte da população, somada às diversas denúncias recebidas na CMM contra a concessionária que presta o serviço, foi o que motivou os vereadores a instalarem uma Comissão Especial Parlamentar de Inquérito (CPI).
“A empresa Águas de Manaus está cobrando 100% de taxa de esgoto na cidade, onde apenas 25,4% da população tem acesso à coleta de esgoto. Desses 25,4% do sistema de esgoto, 19% foi construído pelo poder público, através de políticas públicas. A população de Manaus já pagou por um serviço, que agora está sendo cobrado novamente”, afirmou Caio André.
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