Na última terça (20), um grupo de pesquisadores iniciou expedição na Amazônia, em busca de peixes-elétricos. A pesquisa começou no Rio Negro, no Amazonas, além dos igarapés da região. Este movimento faz parte do projeto Diversidade e Evolução de Gymnotiformes, coordenado pelo professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), Naercio Menezes.
A embarcação segue até Santa Isabel do Rio Negro, até o dia 02 de março, e serão procurados animais pouco conhecidos, novas espécies e peixes-elétricos que podem ajudar nos estudos.
O que são os peixes-elétricos?
Os peixes-elétricos são conhecidos por gerarem e detectarem campos elétricos no ambiente, sendo utilizado por eles para a comunicação, defesa e reprodução. Eles emitem descargas elétricas naturalmente.
Hoje existem mais de 250 espécies desses peixes, e vivem tanto na água doce quanto na salgada. Podem se encontrados na Argentina, no Sul do México e, principalmente, na região Amazônica.

De acordo com o professor Menezes, uma das espécies, os poraquês, fazem predação social, que é a captura de presas em grupo: “No passado, pensava-se que ele se alimentava isoladamente, [mas] eles têm a capacidade de cercar as piabinhas, os peixes pequenos, e vão emitindo choques contínuos. As espécies pulam fora da água e eles abocanham. Este é um comportamento que era desconhecido nos peixes”, afirmou.
Objetivos da expedição
O maior objetivo é a catalogação de novas espécies. Em 2019, os pesquisadores já detectaram duas novas espécies de poraquê (tipo de peixe-elétrico).
“Em uma das coletas efetuadas, um dos nossos pesquisadores descobriu duas espécies novas, uma das quais produz através do órgão elétrico 650 volts, o suficiente para derrubar uma pessoa, vamos dizer assim. Essa descoberta provocou uma repercussão muito grande”, relatou o professor.
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Além disso, a viagem almeja mostrar a diversidade da região, assim como a ameaça de extinção das espécies, devido ao desmatamento e poluição da água. Com a procura, os pesquisadores poderão ainda encontrar espécies que foram vistas poucas vezes, como o Iracema caiana, descoberto em 1968, e que até hoje conta com apenas cinco indivíduos conhecidos.
“A expectativa é muito grande. Nós vamos tentar coletar numa época propícia porque houve uma seca muito grande na bacia amazônica no ano passado e isso fez com que as águas do Rio Negro e do Rio Branco, onde nós vamos coletar, ficassem empoçadas de tal forma que os peixes – a gente espera – ficaram concentrados em [algumas] áreas”, finalizou o professor.
Com informações da Agência Brasil
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