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Caso de poliomielite é registrado no Peru

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Desde 1989, não há casos registrados no Brasil de poliomielite, doença que pode levar a paralisia infantil.

O Ministério da Saúde alertou para intensificar a vacinação contra poliomielite, principalmente nos municípios do Amazonas mais próximos da fronteira, diante da baixa adesão à vacina no país. O alerta aconteceu após um caso ser registrado em uma criança no Peru.

A nota técnica do Ministério da Saúde esclarece que, a confirmação foi em 22 de março, depois de análises feitas no Brasil pela Fiocruz. É uma criança indígena de um ano e quatro meses que, segundo o governo peruano, os responsáveis optaram por adiar a vacinação.

A criança apresentou febre, tosse e fraqueza, seguida de paralisia nas pernas, no fim ano passado. Ela vive numa comunidade indígena no distrito de Manseriche, no Peru, distante cerca de 500 quilômetros da fronteira com o Brasil.

“Até o momento, não temos nenhum caso identificado no Brasil. Desde 2016, as coberturas vacinais elas estão caindo não só para as vacinas contra a poliomielite e isso coloca o Brasil numa situação de vulnerabilidade muito grande”, disse o diretor do departamento de imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

Desde 1989, não há casos registrados no Brasil de poliomielite, doença que pode levar a paralisia infantil. Somente o esquema vacinal completo e com as doses de reforço em dia é possível continuar mantendo o Brasil na lista de países livres da circulação do poliovírus.

O Distrito de Saúde Indígena (Dsei) do Alto Rio Solimões, que cobre sete municípios nessa região, saiu a campo, segundo a responsável de imunização do Dsei, Thayla Galvão.

“A gente está fazendo a intensificação de vacinação e busca ativa dessas crianças que faltam para serem vacinadas”, disse Thayla.

Na porta de casa, a caderneta é checada. Se tem vacina pra tomar, é preciso acompanhar o agente de saúde, como foi o caso do agricultor Daniel Maricaua, que levou a pequena Gabrielle.

“A gente tava tomando café lá em casa, as agentes de saúde chegaram, perguntaram da Gabrielle se ela já tinha tomado vacina e eu disse que não e mandaram a gente vir pra cá, tomar gotinha”, contou o agricultor.

Para chegar a outras aldeias só de barco. O período de cheia na região facilita o acesso. Ainda assim, de Tabatinga até a comunidade Belém do Solimões, são duas horas de lancha rápida.

Na comunidade, vivem mais de 10 mil indígenas das etnias Tikuna e Kokama. Giovana Marcelino, da etnia Tikuna, tem filhas na faixa etária para receber a vacina da poliomielite e alertou para a importância para a vacinação.

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