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Escada, curiosidade e surto: Bolsonaro muda versões sobre tornozeleira

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, até o momento, pelo menos três versões divergentes para explicar a violação da tornozeleira, dispositivo que utilizava desde julho deste ano por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A inconsistência nas narrativas sobre o que motivou a avaria no equipamento foi um ponto central analisado pelas autoridades e culminou, juntamente com outros fatores, na conversão de sua prisão domiciliar em preventiva.

Embora o episódio tenha gerado diferentes explicações informais, apenas uma versão foi sustentada oficialmente perante a Justiça durante a audiência de custódia realizada neste domingo (23). A defesa alegou que o dano ao equipamento foi resultado de um “surto” provocado por uma interação medicamentosa. No entanto, documentos e vídeos revelam contradições anteriores.

Primeira versão: “bateu na escada”, aponta documento da Seape

A controvérsia envolvendo a tornozeleira de Bolsonaro começou com um alerta de violação enviado ao sistema responsável pela monitoração. De acordo com documento da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), a informação inicial repassada por agentes seria de que Bolsonaro havia batido o dispositivo em uma escada.

No entanto, após análise técnica, a equipe constatou que não havia sinais compatíveis com impacto. O relatório destacou que o equipamento apresentava “sinais claros e importantes de avaria” e “marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe e fechamento do case”.

Com a inconsistência da primeira explicação, uma equipe do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime) foi enviada à residência do ex-presidente para verificar a situação diretamente.

Segunda versão: Bolsonaro admite uso de ferro de solda “por curiosidade”

Em uma visita ao local, registrada em vídeo pela própria equipe, Bolsonaro apresentou uma nova versão para os danos na tornozeleira. Questionado pela diretora adjunta do Cime, Rita de Cássia Gaio Siqueira, ele admitiu ter utilizado um ferro de solda para manipular o dispositivo.

“O senhor utilizou alguma coisa para queimar isso aqui?”, perguntou a diretora. Bolsonaro respondeu: “Meti um ferro quente aí. Curiosidade”. Ao ser questionado sobre qual tipo de ferro, ele complementou: “Ferro de soldar. Não rompi a pulseira, não”.

A gravação, anexada ao processo, se tornou um dos elementos-chave na apuração dos responsáveis pela análise do equipamento.

Terceira versão: episódio seria resultado de ‘surto’ provocado por medicamentos

Durante a audiência de custódia realizada no domingo (23), Bolsonaro apresentou uma terceira explicação — desta vez, de forma oficial. A defesa alegou que o ex-presidente teria passado por um “surto” durante a madrugada devido à combinação inadequada de dois medicamentos: Pregabalina e Sertralina, prescritos por médicos diferentes.

Segundo a ata da audiência, Bolsonaro declarou que acreditou haver uma escuta dentro da tornozeleira de Bolsonaro, o que o motivou a tentar abrir o dispositivo com o ferro de solda. O documento registra que ele relatou “alucinação” e afirmou não se lembrar de outro episódio semelhante.

O ex-presidente informou ainda que estava em casa apenas com a filha, o irmão e um assessor, todos dormindo no momento, e que interrompeu a ação ao “cair na razão”. Posteriormente, comunicou o ocorrido ao setor de monitoramento.

Versões inconsistentes pesam na prisão preventiva

A multiplicidade de relatos sobre a tornozeleira de Bolsonaro foi um dos fatores considerados por Alexandre de Moraes ao determinar a prisão preventiva, juntamente com o risco de fuga e a convocação de uma vigília em frente à casa do ex-presidente feita por Flávio Bolsonaro (PL).

O equipamento foi recolhido e será periciado pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que vai analisar danos, microvestígios e possíveis ferramentas usadas na manipulação. A defesa também foi intimada a apresentar explicações formais até a tarde deste domingo (23).

*Com informações do Metrópoles

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