O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depôs por 2 horas à Polícia Federal nesta última quarta-feira (26). Bolsonaro se tornou alvo de inquérito que investiga os responsáveis pelos atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 após uma publicação em sua rede social.
No dia 10 de janeiro, Bolsonaro compartilhou para seus 15 milhões de seguidores, um vídeo de um trecho de uma entrevista do procurador do Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez. No vídeo, ele diz que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não havia sido escolhido pelo povo, mas sim por ministros do STF e TSE.
Após a publicação, que foi apagada em poucas horas, a Procuradoria Geral da República (PGR) emitiu uma intimação ao ex-presidente por incitação à perpetração de crimes contra o Estado de Direito. No dia 14 de abril, o ministro do STF e relator do processo de apuração dos atos golpistas, Alexandre de Moraes, atendeu ao pedido da PGR.
O depoimento desta quarta marca a 2ª ida de Jair Bolsonaro à sede da PF para prestar depoimento no mês de abril. No dia 5, o ex-presidente depôs à PF sobre o caso das joias no valor de R$10 milhões adquiridas por sua gestão pelo governo da Arábia Saudita.
“Postagem acidental”
O ex-presidente chegou na sede da PF em Brasília por volta de 8:45 e saiu às 11:20, sem dar entrevista para a imprensa. Em seu lugar, o advogado Paulo Cunha Bueno, falou com os jornalistas em frente ao local.
Perguntado sobre a postagem em sua rede social, Cunha Bueno disse que Bolsonaro estava sob efeito de Morfina quando o vídeo foi compartilhado, e que teria feito o post por acidente quando estava tentando salvar o vídeo para assisti-lo mais tarde.
Segundo o advogado, Bolsonaro estava internado em um hospital em Orlando no momento da postagem.
“Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância”, disse Cunha Bueno.
Em seu depoimento, Bolsonaro se limitou a responder somente sobre a postagem em sua rede social, e evitou tocar em outros assuntos para não comprometer sua defesa no processo de abuso de poder político que corre contra ele no Tribunal Superior Eleitoral.
Leia mais:
Em Brasília, FEI reúne com ministra dos Povos Indígenas
STF derruba cota de 80% para estudantes amazonenses na UEA
Ex-primeira-dama recebe título de cidadã do AM por projeto ilegal