Segundo um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu mais de R$ 17,2 milhões em transações via Pix nos primeiros seis meses deste ano. O órgão considera as movimentações atípicas e sugere uma possível relação com a vaquinha organizada para pagar multas judiciais.
Entre 1º de janeiro e 4 de julho, Bolsonaro recebeu mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80. Esse montante corresponde a quase todo o valor movimentado pelo ex-presidente no período, que foi de R$ 18.498.532.
O Coaf menciona que as transações possivelmente estão relacionadas com a campanha de doações criada em junho para quitar as multas judiciais, como a do bloqueio de valores por não usar máscara durante a pandemia de coronavírus. No início do mês, Bolsonaro declarou ter recebido o suficiente para pagar as multas e prometeu divulgar o montante em breve.
O relatório do Coaf detalha depósitos feitos via Pix ou transferência convencional, a partir de R$ 5.000. Outras pessoas e empresas também fizeram transferências para Bolsonaro, incluindo membros do PL, empresários, advogados, pecuarista, militar, agricultor, estudante e donas de casa. As informações foram enviadas para a CPI do dia 8 de janeiro, que investiga várias questões relacionadas a Bolsonaro na esfera criminal.
Deputados e ex-integrantes do governo divulgaram a chave Pix do ex-presidente, incentivando doações para pagar as multas judiciais. A Justiça de São Paulo já havia determinado o bloqueio de R$ 87,4 mil das contas de Bolsonaro devido ao não pagamento de multa por não usar máscara durante a pandemia. O TSE também manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o presidente Lula.
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Com informações do Estado de Minas*
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