segunda-feira, junho 24, 2024
29.3 C
Manaus
InícioAmazôniaMeio AmbientePesquisador alerta que novo aterro sanitário ameaça saúde do Tarumã-Açu

Pesquisador alerta que novo aterro sanitário ameaça saúde do Tarumã-Açu

Publicado em

Publicidade

“O Tarumã-Açu está dando sinais pra nós, evidências, de que no futuro ele vai ficar doente, se a gente continuar com essa ocupação desenfreada nessa bacia”. O alerta é do professor Dr. Sérgio Duvoisin Junior, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), que explicou para a Gazeta da Amazônia as consequências da instalação do aterro sanitário na Área de Preservação Permanente (APP) do Tarumã, no km 13 da BR-174, próximo ao Igarapé Leão e ao Rio Tarumã-Açu.

“O novo aterro vai ser uma nova fonte de pressão antrópica no Tarumã-Açu. Mas eu acredito que o maior impacto do novo aterro vai ser em cima do igarapé do Leão, porque é ele que vai receber esse chorume (líquido proveniente da matéria orgânica em decomposição nos aterros sanitários), que pode ser gerado no aterro sanitário”, explicou o professor.

Para Duvoisin, os impactos gerados pela ocupação do ser humano em qualquer lugar podem ser minimizados. Porém, se a ocupação desenfreada da bacia do Tarumã continuar, o igarapé “vai ficar doente”. “Por enquanto, o Tarumã tem suportado os poluentes, mas daqui a pouco o nível dos poluentes jogados nele vai tornar o igarapé impróprio para banho”, alertou Sérgio.

O pesquisador afirma que Manaus precisa de um aterro sanitário, porém, é necessário analisar o local da construção com critérios para que sejam minimizados os impactos da instalação. “Tem que ser muito criterioso o local e como manter esse aterro de maneira tal que a gente minimize os impactos que a gente vai ter com ele. A gente vai ter impacto, mas a gente precisa minimizar”, ressaltou o pesquisador.

Alternativas ao lixão

O professor Dr. da UEA explica que a construção de um aterro sanitário não é a única solução. Conforme ele, parte do lixo gerado pela população pode ser recuperada para reaproveitamento, além da construção de usinas de processamento do lixo que geram combustível, o que já é uma realidade no mundo. “Estamos fechando os olhos para isso. A gente podia estar gerando energia com o lixo que a gente produz”, disse Sérgio.

Licença suspensa

Após repercussão entre deputados estaduais e vereadores, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) suspendeu as licenças que haviam sido concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para a construção do aterro sanitário próximo ao Rio Tarumã-Açu.

Aterro da Marquise no Tarumã

O relatório apresentado pelo conselheiro Mario de Mello aponta que a operação do aterro pode representar um perigo iminente de dano ao meio ambiente, sobretudo ao Igarapé Leão e à bacia do Tarumã-açu.

“No relatório foi apontado que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos é uma responsabilidade da sociedade como um todo. A lei estabelece a necessidade de encerramento das atividades de lixões e a disposição final dos resíduos em aterros sanitários, que são projetados para evitar a contaminação do solo, água e ar”, disse o conselheiro.

Deputados comemoram

Em sessão plenária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) de terça-feira (29), os deputados Rozenha (PMB) e Sinésio Campos (PT) comemoram a suspensão da instalação do aterro na APP do Tarumã.

“Não precisa ser especialista para entender que um lixão a poucos metros da Bacia do Tarumã é totalmente inviável. No médio prazo, como ficaria a vida dos moradores? Os interesses empresariais não podem estar acima dos interesses da população”, destacou o parlamentar Rozenha.

Foto: Divulgação Assessoria

“A decisão do Tribunal de Justiça foi primorosa. Esse era um problema que já se arrastava por décadas, e os desembargadores tiveram a coragem de colocar um ponto final nessa questão”, afirmou Sinésio.

Prazo para novo aterro sanitário

Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou um prazo de 45 dias para o início da mudança de operação do atual lixão de Manaus, localizado no quilômetro 19 da rodovia AM-10 (Manaus/Itacoatiara), para um novo aterro sanitário que atenda a todas as exigência ambientais vigentes.

O atual aterro, que abriga uma usina de compostagem, o escritório operacional e um sistema de lagoas, tem vida útil até 31 de dezembro de 2023.

Leia mais:
Prefeitura de Manaus tem 45 dias para iniciar mudança de aterro sanitário
Construção de lixeira no Tarumã gera discussão entre parlamentares
Decisão do TCE-AM suspende licenças de construção do aterro no Tarumã

Siga nosso perfil no Instagram e curta nossa página no Facebook

Últimas Notícias

Como é feito o translado das alegorias do Festival de Parintins?

O Festival de Parintins, em sua 57º edição, é o maior espetáculo a céu...

Inscrições abertas: Detran-AM oferece cursos de formação gratuitos

O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) anunciou que a Escola Pública de...

O que fazer em caso de reação adversa a cosméticos? Anvisa explica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um informe de segurança para alertar...

Wilson Lima inicia instalação de entreposto da ZFM em São Borja

Nova estrutura logística da Zona Franca de Manaus visa impulsionar negócios com países vizinhos...

Mais como este

Como é feito o translado das alegorias do Festival de Parintins?

O Festival de Parintins, em sua 57º edição, é o maior espetáculo a céu...

Inscrições abertas: Detran-AM oferece cursos de formação gratuitos

O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) anunciou que a Escola Pública de...

O que fazer em caso de reação adversa a cosméticos? Anvisa explica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um informe de segurança para alertar...