O promotor de Justiça, Walber Luís do Nascimento, associou a advogada criminalista, Catharina Estrella, à uma cadela. A cena ocorreu em sessão do plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, em Manaus, na última quarta-feira (13). A fala revoltou a categoria e parlamentares do estado.
“Compará-la, Vossa Excelência, a uma cadela, de fato é muito ofensivo, mas não a Vossa Excelência, à cadela” afirmou o promotor, em vídeo gravado pela própria advogada. Em seguida, Estrella pede pela ordem durante a sessão de julgamento.
Após o ocorrido, a advogada se pronunciou em redes sociais: “Hoje fui ofendida no meu trabalho. O juiz nada fez para impedir, então aqui está a nossa classe mostrando a unidade e pedindo respeito para que isso não ocorra com outra advogada. Eu não precisava passar por isso no exercício da minha profissão.”
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) informou que vai apurar a conduta do promotor de Justiça. A reclamação disciplinar foi instaurada no mesmo dia do ocorrido por determinação do corregedor nacional do Ministério Público, conselheiro Oswaldo D’Albuquerque.
O promotor rebate a acusação
O promotor também foi às redes sociais para rebater a acusação. Ele afirmou que entrará com medidas judiciais.
“São trinta e dois anos de carreira como Promotor de Justiça e nunca foi demandado por ter ofendido ou destratado qualquer colega advogado. Não vou me curvar a tentativas, seja de quem for, de denegrir a minha conduta profissional. Vou tomar as medidas judiciais cabíveis contra todos que criaram essa narrativa de que eu ofendi uma colega advogada no plenário do Tribunal do Júri”, ressaltou.
Categoria e parlamentares se pronunciam
Parlamentares, como a Deputada Estadual Alessandra Campelo, também utilizaram suas redes sociais para prestar apoio à advogada. “Parabenizo o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na pessoa do conselheiro Oswaldo D’Albuquerque (Corregedor Nacional do Ministério Público), por determinar a instauração de RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR contra o promotor que comparou uma advogada a uma cadela durante sessão no 3° Tribunal de Júri”.
Já Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) informou que, a princípio, não irá se pronunciar sobre o ocorrido. E a Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), por meio do presidente Alessandro Gouveia, apresentou total e irrestrito apoio ao promotor.
Promotor já foi condenado em 2010
Walber Nascimento foi condenado pelo TJ-AM, em 2010, pelos crimes de corrupção passiva e perda do cargo público.
Walber chegou a ser afastado do cargo, sob a acusação de ganhar de presente um carro, avaliado em R$ 50 mil, de Flávio Coelho de Souza, também condenado e acusado por tráfico de drogas.
Walber foi condenado a dois anos e três meses de prisão. Mas sua pena foi cumprida com a prestação de serviços à comunidade ou fornecimento de cestas básicas a instituições filantrópicas.
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