O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou suas preocupações sobre a política de liberação de compra de armas do governo anterior, afirmando que ela visava agradar o crime organizado e a elite financeira. Em entrevista ao programa semanal “Conversa com o Presidente”, Lula destacou que apenas organizações policiais deveriam possuir locais para prática de tiros e pediu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que reduza o número de clubes de tiro no país.
Durante a entrevista conduzida pelo jornalista Marcos Uchôa e transmitida pelo Canal Gov, Lula enfatizou a importância de uma sociedade civilizada e engajada em construções positivas. Ele acredita que o Brasil avançará quando valorizar a educação e a cultura, e não através do armamento.
“Eu acho que nós temos que ter claro o seguinte: por que o cidadão quer uma pistola 9 mm? Por que ele quer? O que ele vai fazer com essa arma? Fazer coleção? Vai brincar de dar tiro? Porque no fundo, no fundo, esse decreto de liberação de arma que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado, porque quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro”, argumentou Lula.
Ele ressaltou que o recente Programa de Ação na Segurança (PAS), lançado pelo governo federal, busca um controle responsável das armas, reduzindo o acesso de civis a armamentos e munições, inclusive para caçadores, atiradores e colecionadores registrados.
O presidente enfatizou que a iniciativa busca restabelecer a distinção entre armas destinadas aos órgãos de segurança e as acessíveis aos cidadãos comuns. Além disso, o decreto prevê uma redução na validade dos registros de armas de fogo e uma transferência progressiva da competência de fiscalização das atividades relacionadas a armamentos, do Exército para a Polícia Federal.
De acordo com Lula, a medida visa coibir o acesso indevido a armas, principalmente por parte do crime organizado e daqueles com recursos financeiros, enquanto a maioria da população enfrenta dificuldades econômicas. Nesse sentido, ele argumentou que a compra de armas não é uma prioridade para trabalhadores que lutam para garantir necessidades básicas, como alimentação e educação para seus filhos.
Em consonância com sua visão, o presidente propôs que apenas organizações policiais tenham lugares apropriados para a prática de tiro, e defendeu a redução significativa do número de clubes de tiro no país, restringindo-os aos estabelecimentos das forças de segurança.
Lula encerrou sua entrevista reforçando a importância de um país seguro, onde a população possa viver com tranquilidade e ação responsável, em busca de um Brasil que se desenvolva pela cultura e pelo conhecimento, deixando de lado a cultura das armas.
Leia mais:
PL propõe merenda escolar nos fins de semana e férias
Governo Federal anuncia transferência de 13 líderes de facções do AM para penitenciárias federais
Alckmin assina contrato de gestão do CBA