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83% das famílias amazonenses se recusam a doar órgãos de parentes que faleceram

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Nesta quarta-feira (27/09), é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, e os dados da Associação Brasileira de Transplante de órgãos (ABTO) ressaltam que o Brasil bateu recorde de doadores. No entanto, a recusa da família em doar também aumentou – de 42% para 49%. No Amazonas esse índice sobe para 83%.

No primeiro semestre de 2023, ocorreram 67 notificações quanto a possíveis e potenciais doadores, no estado. No entanto, de acordo com levantamento da ABTO, das 36 entrevistas realizadas com os familiares, houve 30 recusas. 10 ocorreram por contraindicação médica, 19 por morte encefálica não confirmada e 2 como “outros”.

No Amazonas, um dos motivos para a recusa da família em realizar a doação é a falta de confirmação, em vida, do potencial doador. De acordo com o coordenador da Central de Transplantes do Amazonas, Marcos Lins, é necessário fortalecer junto à sociedade a importância de comunicar à família sobre o desejo de ser um doador. “Um dos motivos para a negação da família em realizar a doação é o desconhecimento ou a falta de confirmação, em vida, do possível doador. Não tem transplante sem doação”, relata.

Fila de transplante de órgãos no Brasil

Hoje, cerca de 44 mil pessoas estão na fila de transplante. O “rim” é o órgão mais procurado (37 mil), seguido do fígado (2.203) e pâncreas (390). Atualmente, existem 05 pessoas na lista de espera do Amazonas, mas 19.656 em São Paulo, onde se encontram muitos amazonenses realocados.

Em 2023 já foram realizados cerca de 5.990 transplantes, sendo 14 no estado. Hoje, o Amazonas só realiza transplantes de córnea e, mais recentemente, também de rins. Os demais tipos precisam ser encaminhados para outras Unidades da Federação, através do Tratamento fora de domicílio onde estão inscritos.

Quando se trata de transplantes de córnea, há cerca de 6 mil pessoas na lista de espera no país, sendo 10.655 operações realizadas em 2023.

Transplantes do Amazonas

De acordo com o Ministério da Saúde, até o primeiro semestre de setembro/2023, há cinco amazonenses na lista de espera, sendo todas para a modalidade renal.

No caso da córnea, há 57 amazonenses na lista de espera, em sua maioria com a faixa etária entre “65 e +”. Em 2023, foram realizados 53 transplantes de córnea do Amazonas

Transplante renal do Amazonas

Transplante renal do Am (Foto: Alex Pazuello/Secom)

Em julho, o Amazonas realizou a primeira cirurgia de transplante renal pelo SUS. O Amazonas tem cerca de mil pacientes em diálise e cerca de 700 pacientes inscritos em outros estados que, a partir de agora, poderão realizar os procedimentos no seu próprio estado.

Para o Governador do Amazonas, Wilson Lima, esse momento oferece mais qualidade de vida à população.

“É a primeira vez que isso acontece no estado do Amazonas totalmente pela rede pública de saúde. Destaco o apoio do Ministério de Saúde, que tem sido fundamental nesse processo; o apoio das associações dos renais crônicos e dos transplantados; da minha equipe e do meu secretário de saúde, e de todos envolvidos, nesse processo. Vamos buscar dar celeridade a esses procedimentos cirúrgicos para proporcionar qualidade de vida a quem necessita fazer o transplante”, ressaltou.

Primeiro transplante renal foi entre pai e filho adotivo

Primeiro transplante renal no SUS/AM (Foto: Lucas Silva/Secom)

O primeiro transplante renal, na rede pública do Amazonas, foi do pai Antonio Jocimar da Silva (55 anos) para o seu filho adotivo Luciano Lopes (35 anos).

Após contrair duas vezes a Covid-19, Luciano ficou com sequelas da doença nos seus rins e o processo de hemodiálise passou a ser parte da sua rotina. O tratamento durou dois anos.

Nesse intervalo, Luciano participou do programa do Governo do Amazonas, o RespirAR e foi convidado a participar do programa de transplante renal no estado. O seu pai adotivo era um doador compatível. A cirurgia foi realizada dia 5 de julho, no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz.

Para Jocimar, a relação dos dois agora é biológica. “Antes ele era meu filho de coração, e a partir dessa doação, do meu rim para ele, ele tem uma parte de mim dentro dele; agora ele é meu filho de sangue; meu amor está maior ainda”, afirmou o pai.

Após o transplante, Luciano pretende começar uma nova fase em sua vida. “A hemodiálise me deu uma chance de ficar vivo; o transplante virou meu recomeço de vida; agora tenho chance de continuar as minhas metas como homem, pai, filho, e voltar ao mercado de trabalho, voltar a estudar e ser uma nova pessoa”, concluiu.

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