Municípios de Lábrea, Apuí e Manicoré lideram os registros de degradação ambiental no estado
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) registrou queda de 52,46% na área desmatada no estado durante o mês de junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e mostram que o desmatamento passou de 13.915 hectares em junho de 2024 para 6.614 hectares em 2025.
A redução também foi registrada nos alertas de desmatamento, que caíram 60,76%, de 650 para 255 registros. Já os focos de calor tiveram a maior queda percentual, de 64,72%, com redução de 258 para 91 ocorrências.

Monitoramento ambiental reforçado com uso de tecnologia
Segundo o Ipaam, o resultado está ligado ao uso intensivo de tecnologias de monitoramento em tempo real. O sistema Deter emite alertas diários de supressão e degradação da vegetação nativa, permitindo que os órgãos fiscalizadores atuem de forma mais ágil no combate a crimes ambientais.
Centro de Monitoramento Ambiental atua com dados em tempo real
O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), coordenado pelo Ipaam, utiliza dez dashboards com dados atualizados sobre desmatamento e focos de calor em todos os municípios amazonenses. As análises consideram áreas como Cadastro Ambiental Rural (CAR), Unidades de Conservação, Terras Indígenas e empreendimentos licenciados.
Segundo a coordenação do CMAAP, os focos de calor são avaliados com critério, já que nem todos indicam queimadas ilegais — alguns são naturais ou resultam de queimadas autorizadas. A análise inclui o cruzamento com imagens de satélite para garantir precisão nas ações de fiscalização.
Queimadas ilegais e desmatamento: penalidades e riscos
O técnico do CMAAP, Bruno Affonso, explicou que a extração ilegal de madeira costuma preceder as queimadas, o que exige um olhar atento da fiscalização. Áreas agrícolas também requerem autorização para uso do fogo. Em casos de irregularidade, a multa pode chegar a R$ 3 mil por hectare ou fração, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008.
Municípios com maior pressão ambiental
Em junho de 2025, os municípios com maior área desmatada foram:
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Lábrea: 2.103 hectares
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Apuí: 1.276 hectares
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Boca do Acre: 890 hectares
Lábrea também lidera em alertas de desmatamento, com 59 registros, seguida por Apuí e Boca do Acre, ambos com 49. No ranking dos focos de calor, destacam-se:
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Manicoré: 32 ocorrências
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Novo Aripuanã: 19
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Humaitá: 11
Infrações ambientais estão sujeitas a multas de R$ 5 mil por hectare desmatado ilegalmente, valor que pode dobrar em casos de uso de fogo não autorizado. O Ipaam também realiza embargos administrativos e apreensões de equipamentos utilizados nas ações ilegais.
Canais de denúncia e reforço da fiscalização
O Ipaam reforça a importância da participação da população na denúncia de crimes ambientais, que pode ser feita pelo WhatsApp da Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa): (92) 98557-9454. As operações de campo seguem intensificadas em todo o estado, com foco na conservação da floresta e no combate à degradação ambiental.
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