A Força Aérea Brasileira (FAB) detalhou, nesta terça-feira (4/11), o robusto esquema de segurança da COP30 que será implementado em Belém (PA). Durante a Cúpula dos Líderes, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) será responsável por garantir a soberania do espaço aéreo, empregando diversas aeronaves e ativando áreas de exclusão rigorosas.
Em coletiva de imprensa em Brasília (DF), o Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, explicou que a operação contará com aeronaves de caça F-5M, armadas com mísseis Python 4, e A-29 Super Tucano.
A operação de vigilância será complementada pela aeronave E-99. Além disso, o cargueiro KC-390 Millennium será utilizado para reabastecimento em voo, e helicópteros H-60L Black Hawk estarão a postos para missões de busca, salvamento e transporte de equipes de controle de solo.
Frota de defesa e inovações
O Tenente-Brigadeiro Barbacovi destacou duas novidades principais para a operação de segurança da COP30. A primeira é a intensificação do reabastecimento em voo dos caças F-5M, realizado pelo KC-390 Millennium.
“Para nós, será um tanque de combustível no ar, fazendo com que o F-5 possa voar o tempo todo”, detalhou o comandante.
A segunda inovação é o uso de equipamentos anti-drones. A medida foi adotada devido ao “aumento exponencial de voos de drone próximo ao Aeroporto de Belém”, exigindo um reforço na segurança da navegação aérea. “Com essas ações, mostramos ao mundo, mais vez, que estamos prontos para fazer operações desse nível”, concluiu Barbacovi.
Como funciona o bloqueio do espaço aéreo em Belém
Para garantir a segurança do evento, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) publicou a Circular de Informação Aeronáutica (AIC-N 46/25), detalhando os procedimentos.
As áreas de restrição terão como ponto de referência o Hangar Centro de Convenções da Amazônia e serão divididas em quatro níveis:
- Área Branca (Reservada): Raio de 148 km. Aeronaves precisam de autorização prévia.
- Área Amarela (Restrita): Raio de 111 km. Exige submissão prévia ao COMAE para autorização de voo.
- Área Vermelha (Proibida): Raio de 8 km. Também exige submissão prévia ao COMAE.
- Área de Supressão: Raio de 2 km. Acesso permitido apenas a aeronaves em missões de apoio à vida humana, mediante “estrita autorização da Autoridade de Defesa Aeroespacial”.
A ativação dessas áreas ocorrerá 1 hora antes do início dos eventos da cúpula e será desativada 1 hora após o término, ou mediante ordem específica.
Medidas de segurança da COP30 incluem abate de aeronaves hostis
O Governo Federal publicou um decreto na última quinta-feira (30/10), que vigorará entre 6 e 8 de novembro, regulamentando os procedimentos do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) durante a cúpula.
Baseado no Código Brasileiro de Aeronáutica (Art. 303 da Lei nº 7.565) e seguindo protocolos de eventos como o G-20 e o BRICS, o normativo (Decreto Nº 12.699, de 29 de outubro de 2025) define critérios para classificar aeronaves como suspeitas ou hostis.
O decreto autoriza o COMAE a adotar medidas progressivas de averiguação, intervenção e persuasão. Em situações extremas, que ameacem a segurança do local do evento, o normativo permite a supressão de etapas e autoriza, como último recurso, a medida de destruição da aeronave hostil.
*Com Informações Força Aérea Brasileira
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