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Exame PET-CT é a tecnologia de ponta que redefine o combate ao câncer

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O exame PET-CT combina tomografia e medicina nuclear para identificar lesões milimétricas, evitando cirurgias desnecessárias e personalizando tratamentos no SUS e na saúde suplementar.

O exame PET-CT, reconhecido mundialmente como uma das ferramentas mais sofisticadas da medicina diagnóstica contemporânea, ainda permanece desconhecido por uma parcela significativa dos pacientes que poderiam se beneficiar de sua precisão. A capacidade desta tecnologia de rastrear a presença de câncer em todo o corpo humano, detectando lesões que métodos tradicionais muitas vezes não conseguem visualizar, tem transformado os prognósticos oncológicos.

Ao unir a precisão anatômica da tomografia computadorizada com a sensibilidade funcional da medicina nuclear, o exame PET-CT entrega aos médicos um “mapa” detalhado da atividade celular. Segundo especialistas da área, essa ferramenta é fundamental não apenas para o diagnóstico inicial, mas principalmente para o estadiamento da doença, definindo os rumos terapêuticos com uma assertividade que exames convencionais, como a ressonância magnética ou a tomografia simples, por vezes não alcançam isoladamente.

O cirurgião oncológico Pedro Augusto Teixeira esclarece a natureza híbrida do procedimento: “Esse exame, chamado PET-CT, pesquisa câncer no corpo todo através de um exame de imagem, que é a junção de uma tomografia com a utilização de um marcador de medicina nuclear que é feita diretamente na veia”.

Como funciona a tecnologia do exame PET-CT

A grande inovação por trás do exame PET-CT reside na sua capacidade de identificar alterações metabólicas antes mesmo que elas se tornem grandes alterações anatômicas. O procedimento inicia-se com a injeção de um radiofármaco (marcador radioativo), geralmente uma forma de glicose, na veia do paciente. Como as células cancerígenas possuem um metabolismo acelerado e consomem muito mais energia do que as células saudáveis, elas absorvem esse marcador em grande quantidade.

Posteriormente, o equipamento capta a radiação emitida por essas células “famintas”, fazendo com que elas brilhem nas imagens processadas pelo computador. Isso permite que o médico visualize não apenas onde está o tumor, mas o quão ativo ele está. É essa característica que permite ao exame PET-CT detectar lesões minúsculas, muitas vezes com menos de um centímetro de diâmetro, que passariam despercebidas em outros métodos de imagem.

“O tratamento que você vai dar para o câncer depende muito da localização exata em que ele está e o PET-CT consegue te mostrar isso de uma forma muito precisa que outros exames não conseguem”, afirma o Dr. Pedro Augusto Teixeira. Essa precisão é o divisor de águas entre um tratamento curativo e um paliativo, ou entre uma cirurgia invasiva e uma terapia medicamentosa.

Impacto direto na escolha do tratamento

A aplicação clínica do exame PET-CT vai muito além do diagnóstico; ele atua como um guia estratégico para o oncologista. A tecnologia é capaz de alterar drasticamente o plano terapêutico, poupando o paciente de procedimentos que não trariam benefícios reais.

Um exemplo clássico citado por especialistas envolve pacientes diagnosticados com câncer de pulmão. Em situações onde a cirurgia seria a primeira opção, a realização prévia do exame PET-CT pode revelar pequenas metástases em locais inesperados e de difícil visualização, como no retroperitônio. Diante dessa nova informação, a equipe médica pode cancelar uma cirurgia de grande porte (que não curaria a doença já espalhada) e optar imediatamente por terapias sistêmicas, como a quimioterapia ou imunoterapia, que atacarão as células doentes em todo o corpo.

O cenário inverso também é verdadeiro e traz alívio para muitos pacientes. Mulheres com câncer de mama, por exemplo, podem apresentar manchas suspeitas no fígado em exames de rotina. Sem a confirmação adequada, isso poderia ser interpretado como metástase, levando a tratamentos agressivos. O exame PET-CT pode demonstrar que essas lesões hepáticas não possuem atividade metabólica de câncer, confirmando serem benignas.

“Quando você faz o PET-CT, você vê que aquelas lesões que estão lá no fígado, elas não captaram esse marcador. O melhor tratamento passa a ser, então, a cirurgia e não aquela outra quimioterapia que você estava programando antes”, explica o cirurgião, destacando como a tecnologia evita o uso desnecessário de medicamentos tóxicos.

Disponibilidade e Acesso

Apesar de ser uma tecnologia de alto custo e complexidade, o acesso ao exame PET-CT tem se ampliado no Brasil. O procedimento consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sendo cobertura obrigatória para planos de saúde em diversas indicações clínicas específicas. Além disso, o exame também pode ser autorizado e realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em centros de referência, dependendo da avaliação médica e da disponibilidade regional.

A democratização do acesso a essa ferramenta é vital, pois garante que mais pacientes recebam o tratamento correto desde o primeiro momento, otimizando recursos do sistema de saúde e, acima de tudo, aumentando as chances de cura e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

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