Três unidades de saúde da Prefeitura de Manaus foram alvos de ataques de vândalos e assaltantes nos últimos dois dias, nas zonas Norte e Leste de Manaus. Mais de três mil ocorrências em UBSs foram registradas neste ano.
As três unidades, pertencentes à rede de assistência básica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), sofreram os ataques entre segunda-feira (3) e a manhã de terça-feira (4).
Na UBS Avelino Pereira, localizada no bairro Jorge Teixeira, zona Leste, os assaltantes abordaram os usuários e servidores quando o expediente seria iniciado e levaram o celular de uma servidora.
Na UBS Arthur Virgílio, que funciona no bairro Novo Aleixo, na zona Norte, foram levados equipamentos odontológicos. Já a unidade N-43, que fica na Colônia Santo Antônio, zona Norte, foi vandalizada. Os vândalos invadiram o local, quebraram materiais, mobiliário e equipamentos utilizados na assistência aos pacientes e danificaram a cobertura do prédio, levando boa parte do telhado.
Mais de 3 mil ocorrências
O subsecretário de Gestão Administrativa e Planejamento, Nagib Salem, informa que desde 2022 um consórcio, formado por três empresas, é responsável pela segurança patrimonial das UBSs do município.
De acordo com o relatório do consórcio, em fevereiro deste ano foram registradas 3.180 ocorrências nas unidades atendidas, sendo 3.169 sem danos (tentativas de invasão, disparo de alarme e outras situações que não geraram danos) e 11 com danos ao patrimônio. Do total de ocorrências, 1.105 aconteceram na zona Leste e 1.174, na zona Oeste.
Em relação ao ano de 2022, os registros mostram 30.941 ocorrências, das quais 3.775 sem danos e 166 com danos.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, lamenta que unidades de saúde, que prestam serviços essenciais à população, sejam alvos deste tipo de ação de forma recorrente. “Além dessas três unidades, na quinta-feira passada a UBS Gebes Medeiros, no Jorge Teixeira, teve uma janela inteiramente retirada e levada pelos ladrões”, disse.
Shádia acentua que roubos e assaltos comprometem o funcionamento das unidades, que muitas vezes precisam ter as atividades suspensas para reposição de equipamentos e insumos, prejudicando as pessoas que precisam de consultas, exames e medicamentos. “Além disso, nossas equipes e os que frequentam a UBS sentem-se inseguros, especialmente ao amanhecer e ao anoitecer”, disse.
Segurança
De acordo com Nagib, o consórcio garante segurança eletrônica a todas as unidades administradas diretamente pela Semsa, onde existem câmeras, sensor de movimento e cerca elétrica, dentre outras ferramentas de vigilância. “É importante frisar que esse sistema tem o objetivo de evitar o roubo patrimonial, ou seja, se destina a resguardar o máximo possível do prédio e dos itens materiais pertencentes a eles”, afirmou.
Nos dois casos das UBSs assaltadas nesta semana, é obrigação contratual das empresas que respondem pelo serviço de repor o patrimônio levado ou danificado em razão de invasões e roubos.
Nagib explica que o serviço de segurança eletrônica não se destina diretamente à prevenção de assaltos cometidos contra as pessoas no entorno das unidades. “Neste campo, quem atua é a secretaria de segurança pública e não a segurança privada”, esclarece.
De acordo com o subsecretário, no que se refere ao município, a Semsa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) que vem reforçando as rondas nas regiões próximas às unidades de saúde básica.
“Infelizmente, mesmo com esse aparato, temos muitos registros de furtos e roubos nas nossas unidades ou perto delas. No entanto, a quantidade de ameaças que conseguimos impedir é muito grande”, assegura Nagib.
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