O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que a determinação do presidente Lula é que seja dado o apoio integral à população atingida pelos desastres causados pela forte chuva no sábado (25), em Manaus.
O anúncio foi feito durante visita técnica no domingo (26) nas áreas afetadas pela chuva, classificadas como ‘altíssimo risco’. O ministro estava acompanhado da ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, o prefeito de Manaus, David Almeida, e o governador do Amazonas, Wilson Lima.
O ministro frisou, ainda, que os trabalhos iniciaram já no final de semana da tragédia, quando foi decretado Estado de Emergência, facilitando assim o envio de ajuda e de recursos.
“Venho aqui declarar, em nome do presidente Lula, o apoio integral à população de Manaus que vem encarando esse problema. Já recebemos o prefeito David Almeida em Brasília (DF), conversamos sobre alguns projetos habitacionais para a cidade, mas agora estamos vendo de perto a dimensão desse desafio. Hoje, a Defesa Civil está assistindo cerca de 1.500 municípios em situação de emergência. A maior parte deles é por estiagem, porém, vem crescendo o número de cidades que estão sofrendo por alagamentos ou desmoronamentos. Assim, estamos levando o apoio necessário neste momento e já planejando envio de recursos para que possamos tirar essas pessoas de áreas de risco”, explicou Góes.
David Almeida fez questão de salientar que esse apoio do Governo Federal é de suma importância para Manaus, uma vez que desta forma será possível dar respostas rápidas à população e evitar que novas tragédias voltem a acontecer na capital amazonense.
No início do mês, após conversa entre o prefeito de Manaus e o presidente Lula, ficou acordado a construção de 5 mil moradias em Manaus, que serão fundamentais para que ocorra a retirada de famílias instaladas em áreas de risco e encostas.
Visita técnica
Formada por técnicos das Defesas Civis federal, estadual e municipal, a comitiva passou pela comunidade da Sharp, no bairro Armando Mendes, zona Leste. A obra no local é de responsabilidade do Governo do Amazonas, que já anunciou a ampliação do Prosamim do Igarapé do 40.
Logo depois, o comboio visitou a erosão localizada na rua Topázio, no bairro Jorge Teixeira, local onde ocorreu, no último dia 12, a tragédia que vitimou oito pessoas. No local, o prefeito de Manaus explicou que o desmoronamento das casas que atingiram a comunidade Pingo D’água foi causado pelo acúmulo de lixo existente em uma área que já havia sido recuperada pela gestão municipal.
Emergência climática
A ministra Marina Silva disse no domingo (26) que o governo conversa internamente sobre a edição de um decreto para reconhecer estado de emergência climática em 1.038 municípios mapeados como mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.
“Há uma sugestão que se está debatendo no governo para que se decrete estado de emergência climática permanente nos municípios comprovadamente vulneráveis, para que se tenha uma ação continuada”, disse a ministra ao visitar áreas atingidas por alagamentos em Manaus, na tarde de hoje (26). Em Manaus, as fortes chuvas deste sábado (25) fizeram com que 172 famílias perdessem as casas.
Em entrevista coletiva, a ministra afirmou que a ciência já permite prever que eventos extremos, seja de seca ou de fortes chuvas, devem continuar e que, em alguns casos, até mesmo a remoção de populações de áreas de risco deverá ser planejada e executada.
Segundo Marina, esse seria o objetivo da decretação da emergência permanente: permitir que obras preventivas, como de estudos de solo, de drenagem e trabalhos de assistência social, possam ser adiantados.
“Além da situação de emergência, são os projetos de prevenção, esses são projetos de médio e longo prazo”, explicou. “Nós estamos vivendo sob o efeito de mudanças climáticas que estão se agravando a cada dia”, disse a ministra.
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